A 31 de Maio de 1991, ante um cenário de conflito armado, o povo angolano recebeu de bom grado a notícia da assinatura dos Acordos de Bicesse, que impulsionaram a implementação do sistema democrático multipartidário e lançaram as bases para a realização das primeiras eleições gerais no país.
Assinados na cidade de Estoril (Portugal), os Acordos de Bicesse constituíram um marco importante para a transição política do país, apesar de ter sido efémero e não ter evitado o recrudescer da guerra.
A assinatura desses acordos foi antecedida de várias rondas de negociações, entre Abril de 1990 e Maio de 1991.
No essencial, os Acordos de Bicesse, rubricados pelo antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e pelo então líder da UNITA, Jonas Savimbi, visavam o fim da guerra em Angola, a implementação do sistema multipartidário, impulsionando a democracia e a realização de eleições livres e justas.
O texto determinava, entre outros pontos importantes, um cessar-fogo entre as forças militares do Governo e da UNITA, monitorado pela Comissão Conjunta Político-Militar (CCPM), constituída por representantes das duas partes em conflito, pela mediação (ONU) e pelos observadores (EUA, Portugal e Rússia).
Segundo a UNITA, os Acordos de Bicesse visavam a reposição de Alvor. Para o partido do galo negro, Bicesse representava uma viragem: