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Associações angolanas lamentam “quase mendicidade” da classe jornalística

Várias associações angolanas de jornalistas consideraram hoje(18/8) que a classe está numa situação de “quase mendicidade“, apontando a “falta de união e de solidariedade entre os profissionais, baixos salários e a má gestão dos órgãos” como as principais barreiras.

Esse actual cenário, e que foi manifestado como uma “preocupante” condição socioeconómica dos jornalistas angolanos, foi abordada na capital do país durante uma mesa redonda sobre a “Situação Socioeconómica dos Jornalistas Angolanos”.

De acordo com Sara Fialho, jornalista, a uma “falta de solidariedade entre os profissionais”, apontando esta como uma das situações que concorre para a “quase indigência em que se encontram muitos jornalistas” em Angola.

Para a mesma, que é também presidente da Cooperativa dos Jornalistas Angolanos (CJA), apesar de os profissionais manifestarem disposição em estarem filiados nas associações socioprofissionais, “não gostam de pagar quotas“.

É preciso que nós jornalistas tenhamos consciência de que se nós não fizermos nada por nós, ninguém fará, e vamos ficar a vida inteira a reclamar, a exigir proteção e apoio e daí não vamos sair“, exortou Sara Fialho.

E há quem faça o caminho subterrâneo para se dar bem, mas venda a alma, mas temos que ser nós a lutar de forma organizada e unida“, acrescentou.

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A atual situação socioprofissional dos jornalistas angolanos foi também deplorada pela presidente do Fórum de Mulheres Jornalistas para a Igualdade de Género (FMJIG), admitindo a existência de uma “cobardia” no seio dos profissionais.

Nós somos os últimos da cadeia alimentar, somos cobardes, somos preguiçosos, somos frustrados, porque nós é que não nos valorizamos. Porque não pararmos só um dia? O país existe porque nós existimos“, afirmou Josefa Lamberga.

Segundo a presidente do FMJIG, os jornalistas angolanos necessitam de “estar unidos, falar a mesma linguagem” para fazer valer o poder que têm: “Se não acreditarmos que a nossa saída está no cooperativismo ou em lutar por nós mesmos não vai dar nada“.

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