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Ataque israelita mata 19 pessoas da mesma família na Faixa de Gaza

Israelitas tinham avisado que iam atingir uma casa, mas acabaram por atacar a habitação da família de Abu Quta, a centenas de metros do alvo original, matando todos os membros.

Uma família palestiniana foi quase completamente morta pelas forças israelitas, depois de um ataque no domingo à noite ter atingido diretamente a casa onde esta morava, apesar dos israelitas terem avisado que o alvo era uma habitação a centenas de metros de distância.

No total, foram 19 os membros da família de Nasser Abu Quta, na zona sul do pequeno enclave na Faixa de Gaza, que morreram quando um míssil atingiu a casa do homem, de 57 anos, localizada no rés do chão de um prédio de quatro andares.

O único a sobreviver foi mesmo o homem, que contou que a família alargada abrigou-se junta, pensando que estaria a salvo dos bombardeamentos prometidos por Israel, já que o alvo anunciado ficava longe da sua casa.

O governo israelita tem avisado os palestinianos na Faixa de Gaza que vai continuar a atacar alvos do Hamas, declarando esta segunda-feira que os bombardeamentos prosseguirão mesmo havendo o risco de serem atingidos reféns israelitas levados para o enclave. No entanto, apesar de reiterar que apenas atinge alvos militares, várias organizações no terreno têm denunciado ataques contra estruturas residenciais e civis.

“Isto era uma casa segura, com crianças e mulheres. Primeiro o pó abalou a casa. Depois houve gritos. Ficamos sem paredes, ficou tudo aberto”, contou Abu Quta, citado pela Associated Press, ainda em estado de choque após ter perdido toda a família.

Abu Quta lamentou ainda a decisão pelo facto de não viverem quaisquer militantes do Hamas ou de qualquer outro grupo de resistência armada na casa, e garantiu que não foi avisado.

Este domingo, os corpos da família de Abu Quta foram levados para uma mesquita para as celebrações fúnebres. [Alertamos que a imagem abaixo pode ferir suscetibilidades].

Das 19 vítimas, o homem reconheceu 14, e os corpos de quatro crianças ficaram tão irreconhecíveis devido ao ataque que tiveram de ficar na morgue. Uma pessoa está desaparecida.

O ataque aéreo, que ocorreu na cidade de Rafah, que fica na zona da Faixa de Gaza próxima da fronteira com o Egito, matou também cinco dos vizinhos de Nasser Abu Quta que estavam nas ruas estreitas e sobrelotadas do enclave.

Segundo as autoridades palestinianas, o número de civis mortos na sequência dos contra-ataques israelitas já é superior a 560, segundo o balanço feito pelas 16h00 (hora de Lisboa), com cerca de 2.900 pessoas feridas. No entanto, as autoridades também avisaram que há centenas de pessoas presas nos escombros, algumas já mortas, e os hospitais não estão a ter capacidade para responder às necessidades da população.

No sábado, Benjamin Netanyahu avisou ´que a população de Gaza deve abandonar os locais onde estão militantes do Hamas, apesar de, devido às restrições impostas há praticamente 20 anos, a população não tenha efetivamente uma saída.

Esta segunda-feira, o governo anunciou um “cerco total” ao enclave palestiniano, cortando o fornecimento de luz e água aos dois milhões de habitantes na região. António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, mostrou-se preocupado com esta decisão, devido ao impacto nos civis que já vivem sob condições difíceis.

Do lado israelita, as autoridades apontam para pelo menos 800 mortos após os ataques do Hamas, nos quais se incluem 260 pessoas mortas num festival de música que estava a ocorrer perto da barricada que separa a Faixa de Gaza do resto do território palestiniano.

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