Um cidadão turco foi preso num hotel de Dusseldorf, na Alemanha, acusado de espionagem ao movimento Gülen por ordem das autoridades turcas, anunciou hoje o procurador federal alemão.
O homem identificado como Ali D., e que foi detido em 17 de setembro, foi submetido a um “procedimento preliminar (…) suspeito de atividades como agente dos serviços secretos e ainda infração à lei sobre as armas“, precisou o procurador responsável pelos casos de espionagem.
De acordo com as informações, o homem recolhia informações sobre a rede do predicador Fethullah Gülen, o arqui-inimigo do Presidente Recep Tayyip Erdogan, na região de Colónia, e onde o objetivo consistia em transmitir as informações recolhidas ao MIT, os serviços de informações turcos.
De acordo com o diário alemão Tagesspiegel, levando em conta as autoridades do estado regional da Renânia do Norte-Vestefália, onde se localizam Dusseldorf e Colónia, é ainda possível que tenha preparado um ataque dirigido a membros da rede Gülen, uma organização religiosa e social que tem escolas e empresas e é muito influente na comunicação social, Justiça e política.
Outras fontes indicaram também ao jornal que Ali D. é um extremista de direita turco recrutado pelos serviços de informações turcos.
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O suspeito, que segundo os ‘media’ alemães terá cerca de 40 anos, foi detido após um empregado de hotel ter encontrado uma arma no seu quatro e informado a polícia.
A Justiça também o acusa da posse de 200 munições de balas reais.
A rede Gülen é acusada pelas autoridades turcas de estar na origem do fracassado golpe de Estado contra Erdogan em 2016.
Desde essa data que foi desencadeada uma implacável repressão contra os apoiantes de Gülen, que também atingiu a oposição pró-curda e diversos setores da sociedade civil.
Mais de 300.000 pessoas foram detidas ou interrogadas desde 2016 no decurso da repressão ao movimento Gülen ordenada por Erdogan, e perto de 3.000 foram condenadas a prisão perpétua, de acordo com as autoridades turcas.