Vários líderes mundiais, entre os quais o Presidente da República, João Lourenço, são aguardados, segunda-feira (01), em Glasgow, Reino Unido, para participarem na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, também chamada de COP26, que se estende até ao dia 12 de Novembro.
O Chefe de Estado, que desde o início do mandato, em 2017, vem dedicando uma atenção especial às questões ambientais, deixou, ontem, o país com destino à cidade escocesa, para participar na Cimeira.
Amanhã, os líderes mundiais vão estar presentes na cerimónia de abertura, promovida pelo Primeiro-Ministro do Reino Unido, para dar-lhes as boas-vindas à Cúpula de líderes mundiais.
Até terça-feira, os líderes de todo o mundo terão a oportunidade de mostrarem as acções ambiciosas que estão a executar em seus países e internacionalmente.
O evento, realizado sob a presidência do Reino Unido, está envolto em muita expectativa, por se esperar que os líderes mundiais consigam encontrar caminhos que possam limitar a elevação da temperatura a 1,5 grau célsius. Espera-se que as partes se comprometam em atingir metas superiores às da Cimeira de Paris, realizada em 2015.
Na Cimeira da capital francesa, todos os países concordaram em trabalhar juntos afim de limitar o aquecimento global bem abaixo dos 2 graus e almejar a meta de 1,5 grau, de modo a se adaptarem aos impactos de um clima em mudança, bem como disponibilizar dinheiro para cumprir tais objectivos.
Os países comprometeram-se, igualmente, a apresentar planos nacionais, estabelecendo o quanto reduziram as suas emissões. Ficou, ainda, acordado que, a cada cinco anos, voltariam com um plano actualizado, que reflectisse a sua maior ambição possível naquele momento.
Conforme plasmado no Acordo de Paris, as partes são obrigadas a realizar, a cada cinco anos, um processo conhecido coloquialmente como “mecanismo de catraca”. Ou seja, os países submeteram as contribuições pretendidas nacionalmente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em comparação com um cenário de “negócios como de costume”.
Acontece, porém, que os compromissos assumidos em Paris não chegaram perto de limitar o aquecimento global a 1,5 grau, deixando, assim, a janela para alcançar este feito fechar-se a cada dia que passa. Por essa razão, a Cimeira de Glasgow está a ser encarada como a “mão” que deve impedir que essa janela se feche completamente.
A Cimeira tinha sido planeada para acontecer em Novembro do ano passado, mas não aconteceu devido à pandemia da Covid-19. O local da conferência, o SEC Centre em Glasgow, foi convertido, em Maio de 2020, em um hospital temporário para pacientes com Covid-19.