A Covax prevê vacinar contra a covid este ano 20% da população mundial nos países pobres, aquém do objetivo inicial, afirmaram hoje os fundadores do mecanismo de financiamento internacional, nomeadamente a Aliança de Vacinas (Gavi) e a OMS.
O sistema Covax deve permitir que 92 estados e territórios desfavorecidos recebam vacinas gratuitas financiadas por nações mais prósperas, mas os fundadores da Covax denunciam regularmente a desigualdade no acesso à imunização entre pessoas de países pobres e ricos.
Numa declaração conjunta, os fundadores do mecanismo sublinharam que a desigualdade de acesso permanece “inaceitável“, com apenas 20% das pessoas em países de baixo e médio-baixo rendimento a receberem uma primeira dose de vacina, registo que compara com 80% em países de alto e médio-alto rendimento.
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A Covax conseguiu até agora distribuir apenas 243 milhões de doses em 139 países pobres, segundo Ann Ottosen, membro da divisão de abastecimento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), numa conferência de imprensa realizada hoje em Genebra.
“A maioria dos países do mundo já recebeu doses de Covax. Isto é apenas o começo“, afirmou, pelo seu lado, Seth Berkley, CEO da Gavi. “Esperamos ter mais 1,1 mil milhões de doses para entregar até ao final do ano“, acrescentou.
Segundo as últimas previsões publicadas hoje, a Covax espera ter um total de 1,425 mil milhões de doses disponíveis em 2021, objetivo consideravelmente abaixo dos 2 mil milhões de doses originalmente fixado pelo sistema. A Covax espera agora alcançar essa primeira meta no primeiro trimestre de 2022.
Os países pobres participantes no sistema Covax receberão a grande maioria das mais de 1,4 mil milhões de doses este ano (1,2 mil milhões), “o que é suficiente para proteger cerca de 20% da população, ou cerca de 40% dos adultos nestes países, não incluindo a Índia“, precisou Berkley.