O ex-presidente norte-americano Donald Trump entregou-se às autoridades do estado da Geórgia, onde é acusado de tentar falsificar os resultados eleitorais de 2020, nesta que é a quarta acusação criminal que enfrenta. Foi libertado cerca de meia hora depois de se ter rendido.
O antigo chefe de Estado dirigiu-se à prisão do condado de Fulton, na cidade norte-americana de Atlanta, na quinta-feira (já sexta-feira em Lisboa), para tirar as suas impressões digitais e uma fotografia para o seu processo judicial, e foi posteriormente libertado sob fiança de 200 mil dólares (185 mil euros).
Esta foi a primeira vez que um ex-presidente norte-americano tirou uma fotografia em contexto policial, as chamadas ‘mugshot’. O antigo chefe de Estado teve ainda a sua altura e peso registados.
As condições da sua fiança proíbem-no de intimidar co-réus, testemunhas ou vítimas do caso, inclusive nas redes sociais. O Republicano tem um histórico de atacar os procuradores que lideram os casos contra si, incluindo a procuradora distrital responsável por este caso, Fani Willis.
A acusação no condado de Fulton é o quarto processo criminal contra Trump desde março, quando se tornou o primeiro ex-presidente na história dos Estados Unidos a ser acusado.
A rendição de Trump, que ocorre no meio de uma mudança abrupta na sua equipa jurídica, segue-se ao debate presidencial em Milwaukee na noite anterior, com os seus principais rivais à nomeação Republicana de 2024 – uma disputa na qual continua a ser o principal candidato, apesar da acumulação dos problemas jurídicos.
Esta é notavelmente diferente das três rendições anteriores, tendo-se desenrolado à noite e exigido que o ex-presidente se entregasse numa prisão repleta de problemas – em vez de um tribunal -, tudo isto no coração de um estado vital para as eleições presidenciais de 2024.
Vários réus no caso já passaram por este processo, incluindo o ex-advogado de Trump e ex-autarca de Nova Iorque Rudy Giuliani, que compareceu na quarta-feira na prisão.
Donald Trump é uma das 19 pessoas acusadas na Geórgia por tentativa de reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020, nas quais o republicano perdeu para o atual Presidente, o democrata Joe Biden, por uma margem estreita. Esta acusação criminal teve origem numa chamada telefónica, data de janeiro de 2021, quando o ex-presidente pediu ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, que lhe conseguisse votos suficientes para vencer no estado.