O Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), Hélder de Jesus Adão, a informar que “a instituição não reúne condições financeiras para se proceder a um aumento salarial na ordem dos 100 por cento, conforme exigências da comissão sindical”.
Hélder Adão falava numa conferência de imprensa sobre os pontos constantes no Caderno Reivindicativo que os funcionários da ENDE remeteram à sua Direcção, onde o mesmo a acreescentar que as duas partes já chegaram a acordo em 14 dos pontos apresentados pelos funcionários, restando o 15, o último. e que tem a ver com um aumento salarial na ordem dos 100%.
O PCA adiantou também que dos 14 pontos resolvidos se destacam os subsídios de alimentação, transporte, renda de casa e funeral, bem como a não terciarização dos serviços de saúde, melhor distribuição de material de segurança no trabalho, além de proporem a indicação de alguns trabalhadores para cargos de chefia.
MAIS: Lei Geral do Trabalho vai sofrer revisão na próxima legislatura
Para o actual caderno com 15 pontos submetidos pelos funcionários, resta atender o referente ao incremento de 100% nos seus ordenados. Na visão do Conselho de Administração, adiantou, “não há condições para satisfizer este pedido, dado os baixos níveis de arrecadação de receitas e a elevada dívida com os clientes”.
Segundo Hélder Adão, a ENDE paga mensalmente 10 mil milhões da kwanzas à RNT para obter energia eléctrica e, ao vender aos seus clientes, só arrecada oito a seis mil milhões de kwanzas/mês.
“Nesta altura estamos com uma divida com a RNT de 250 mil milhões de kwanzas, resultante também do passivo herdado da EDEL e ENE, bem como dos clientes devedores”, revelou Hélder de Jesus Adão, sublinhando que a ENDE compra a energia à RNT a 11,6 kwanzas – o quilowatts/hora.
E ao vender, esclareceu, tem clientes que, pela sua estratificação social, pagam o kilowatt/hora a 2,4 kwanzas.
“Estes representam quatro por cento. Os que pagam o quilowatt/hora a 4,5 kwanzas representam 80 porcento, sendo os restantes instituições como hospitais, escolas, universidades, órgãos de Comunicação Social e outras organizações públicas com pagamentos em atrasos e que têm um peso grande na dívida dessa distribuidora de electricidade.