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Gestores municipais desmentem antigo director da Educação no julgamento do “Caso RR”

A segunda sessão de julgamento do “Caso RR” ficou marcada, ontem, com a de-marcação dos gestores municipais sobre as alegações do ex-director provincial da Educação, Raimundo Ricardo, que terá autorizado verbas para prestação de serviços ao sector em cinco municípios.

Trata-se dos municípios de Camanongue, Léua, Cameia, Luacano e Luchazes.

Na sessão anterior, o ex-director provincial da Educação, respondendo aos factos que lhe são imputados pelo Ministério Público, disse que terá autorizado a prestação de serviços às escolas do II ciclo e não às do ensino primário como disseram os directores municipais. Entre os serviços prestados, constam, alegadamente, a reabilitação de uma escola do ensino primário, pagamento de 10 milhões de kwanzas à empresa Feaires para a transportação de materiais didácticos, fornecimento de combustíveis e compra de recargas electrónicas para as direcções municipais da Educação.

Nessa mesma sessão de interrogatório, a directora municipal da Educação do Léua, Maria de Fátima, arrolada como declarante, disse que a tutela das escolas do ensino primário é das administrações locais, sendo que a transportação dos materiais didácticos para aquela região foi efectuada por empresas contratadas localmente.

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O director municipal da Educação de Camanongue, Ilinga Jonas, também declarante, disse que o sector que dirige nunca beneficiou de materiais de higiene, combustível, serviço de telecomunicações, tampouco a transportação de material didáctico, como consta nos autos, afirmação corroborada pelos homólogos da Cameia, Luacano e Luchazes.

Quanto à reabilitação da escola nº 174, em que Raimundo Ricardo terá admitido que se fez a reabilitação, porém, a directora da instituição, Vitória Ventura, confirmou a realização de um trabalho parcial, consubstanciado em serviços de pintura de duas salas, colocação de rodapé, passeios e gradeamento em quatro janelas.

O director da escola nº 154, João Mateus Chala, confirmou a colocação de tecto em quatro salas, bem como a construção precária de nove salas vulgo bate-chapa, tal como tinha dito Raimundo Ricardo, na sessão anterior.

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