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Governo promete adoptar decisões para baixar custo do crédito

O custo do credito no mercado poderá conhecer uma redução significativa com a implementação, por parte do Executivo, de politicas viradas ao estimulo à economia e tornar o mercado mais competitivo.

Esta declaração foi proferida, ontem, em Luanda, pelo secretário do Presidente da República para os Assuntos Económicos, Milton Reis, na 1ª Conferência de Economia 100 Makas.     

Segundo o responsável, o Executivo está a traçar politicas com vista a agilizar o acesso a recursos financeiros, organizando e focando os instrumentos públicos para o financiamento de iniciativas que concorram para os objectivos de diversificação e segurança alimentar.

“O custo do crédito tem sido um dos grandes problemas da classe empresarial, visto que está relacionado com a inflação, e, como consequência, o fraco investimento privado, mas o Executivo está a trabalhar para que a economia seja liderada pelo sector privado e pelo investimento estrangeiro e tudo passa por uma redução do custo do crédito”, realçou.

Milton Reis disse ainda que está a ser reformulada o foco da Reserva Estratégica Alimentar (REA), passando a ser agora um instrumento de garantia de preços mínimos para bens de amplo consumo, ou seja, o stock da REA vai  ser composto por bens adquiridos a produtores nacionais.

Por isso, assegurou que, anualmente, no início de cada campanha agrícola, o mercado vai ser informado sobre os produtos a adquirir e o preço mínimo oferecido.

“Esta será uma politica de incentivo à produção interna, pois os produtores terão a garantia de que os seus produtos serão comprados para compor o stock da REA”, sustentou Milton Reis.

Disse, por outro lado, que as compras locais pela REA, vão ter um mecanismo de financiamento para potenciar os produtores nacionais, onde serão afectados 50 por cento da receita em Emolumentos Gerais Aduaneiros, actualmente cobrada e mantida para financiamento do orçamento da Administração Geral Tributária (AGT).

“O Executivo, na sua estratégia 2023-2027, reforçou a implementação do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (Prodesi). Este instrumento está assente na transformação de recursos naturais que o pais dispõe, para o desenvolvimento das potencialidades agrícolas e o fomento de oportunidades para empresas de pequena e média dimensão”, indicou, Milton Reis.

O economista e docente universitário Alves da Rocha considerou, à margem da conferência, que falta muito para que Angola se torne num país competitivo a nível da região.

Alves da Rocha citou como exemplo a Alemanha, que é uma das principais potências económicas mundiais, e que, apesar disso, ainda se queixa da redução da sua competitividade. Em Angola, apontou, as causas da fraca competitividade prendem-se à inovação e a burocracia existentes no pais.

Segundo o economista, a falta de competitividade em Angola também tem como causa a falta de produtividade no trabalho e noutros factores de produção, porque acontece pela conjugação de vários e não apenas pela falta de  investimento capital ou na qualidade da força de trabalho.

 “A maneira mais simples para o país competir internamente é levantar as barreiras alfandegárias. Por isso, a questão da competitividade é um processo e a educação tem que estar no centro de tudo”, disse Alves da Rocha.

Por sua vez, a administradora do Banco Keve Efigênia Tonha fez um balanço positivo do evento, considerando que esse tipo de fórum vem-nos recordar quais são as necessidades que o mercado tem do ponto de vista do financiamento, e neste caso específico, no de competitividade.

“Foi bastante interessante a comparação que foi feita entre os países da SADC com os do PALOP, tendo havido uma oportunidade grande de melhoria dos agentes que fazem intervenção na economia nacional”, disse a gestora.

Assegurou que o Banco Keve começou este ano um processo de transformação cultural, fazendo muitas apostas nas competências.

“Acreditamos que as equipas formadas entendam as necessidades específicas dos clientes e que consigam servir de forma mais assertiva para nós próprios criamos soluções financeiras que respondam, de facto, às necessidades competitivas das empresas”, disse Efigénia Tonha.

Já o economista Carlos Rosado de Carvalho, disse que o objectivo das conferências é discutir assuntos estruturais e estruturantes da economia angolana.

“Temos toda uma série de problemas. Um deles é a falta de competitividade e isso tem diversas causas, como a falta de infra-estruturas, capital humano, financiamento. São esses aspectos que vão sendo discutidos sem filtros durante as próximas realizações”, anunciou Carlos Rosado.

O anfitrião da conferência disse que é um defensor ferrenho da integração regional, uma vez que a concorrência com outros países faz aumentar a competitividade do mercado.

“Para ganharmos a competitividade é necessário  que tenhamos mais concorrência e a integração regional vai certamente trazer esses factores”, disse o economista.

Por seu turno, a empresária Elizabeth Santos disse que, com as instituições e empresas, os empresários vão buscar as regras que são uniformes. Por isso, assegura que competitividade em Angola tem que ser com pluralidade e é assim que acontece no resto do mundo.

“Eu, enquanto empresária nacional, não digo que em Angola não temos competitividade. Temos alguns grupos que vão sobrevivendo e outros a morrer. Por isso, alguma coisa está errada. Então é preciso pegarmos nas regras e transformá-las para que a nossa economia seja de angolanos para angolanos”, disse a empresária.

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