A inflação mensal do mês de Julho situou-se em 2,10%, que é uma ligeira subida de 0,05 pontos percentuais face ao mês de Junho, de acordo com número divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que adiantam que a variação homóloga entre esses dois meses fixou-se em 0,33 por cento.
Os dados do INE informam também que, em Julho, o curso da inflação foi influenciado pela evolução verificada na classe “Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas”, onde os preços subiram numa média de 2,61 por cento.
Os aumentos observados nas classes “Mobiliário, equipamento Doméstico e Manutenção”, onde os preços avançaram 2,0 por cento, Saúde (1,98 por cento), bem como “Vestuário e Calçado (1,96 por cento), também influenciaram o comportamento do índice de inflação do mês de Julho.
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O relatório divulgado pelo INE aponta como as províncias com maior variação de preços a Huíla (com 2,29), Luanda e Lunda-Norte (2,28), Zaire (2,23) e Huambo (2,16), enquanto o Cuanza-Sul (1,93), Cunene (1,90), Moxico (1,86), Cuanza-Norte (1,83) e Bié (1,70) foram as que registaram as menores variações.
Trocas com o estrangeiro são favoráveis a Angola
A balança comercial registou um excedente de 8 381,9 milhões de dólares no primeiro semestre, 42,2 por cento acima do excedente de 5 978,8 milhões de dólares dos últimos seis meses de 2020, de acordo com dados preliminares apresentados ontem(12/8), em Luanda, pelo secretário de Estado para o planeamento, Milton Reis.
Informação foi divulgada no briefing bissemanal do Ministério da Economia e Planeamento (MEP) com a imprensa angolana, onde atribuiu o resultado ao aumento das exportações em 25%, com maior relevância para as do sector petrolífero, que ascenderam em 28,4%, com reflexos no crescimento das Reservas Internacionais Brutas (RIB) e Líquidas (RIL).
De acordo ainda com o responsável, o “stock” de RIB (empréstimos do Estado a investidores privados ou agentes internacionais para custear as despesas públicas) situou-se em 15, 1 mil milhões de dólares, contra os 14, 9 mil milhões no final de 2020, representando um aumento de 1,8 por cento, equivalentes a 11,4 meses de importações de bens e serviços.
As reservas internacionais líquidas (activos externos de disponibilidade imediata, sob o controlo da autoridade monetária destinadas ao financiamento dos desequilíbrios da balança de pagamentos e de suporte às intervenções do banco central no mercado cambial de forma a influenciar a taxa de câmbio), fixaram-se em 8, 3 mil milhões de dólares, comparativamente aos 8,8 mil milhões no final do ano transacto, representando uma diminuição de 5,2 por cento.
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As exportações do sector não petrolífero tiveram como principais destinos o Congo Brazzaville, República Democrática do Congo, Camarões, Ghana, Senegal e Portugal, sendo dominadas pelo cimento, com 14,31 milhões de dólares, cerveja (6,30 milhões), embalagens de vidro (2,70 milhões), banana (2,48 milhões), sumos e refrigerantes (3,32 milhões) e açúcar (1, 73 milhões).
As importações tiveram origem maioritária do Brasil, estados Unidos, Índia, Malásia, Indonésia e Portugal, constituindo, em volumes mais expressivos, na carne de frango (126, 45 milhões de dólares), arroz (106,29 milhões), açúcar (87,02 milhões), óleo de soja (73,23 milhões), óleo de palma (70,37 milhões) e leite condensado (56,29 milhões).
“Notamos que o sector petrolífero teve um desempenho fundamental para que os resultados apresentados fossem uma realidade, mas não podemos deixar de olhar com optimismo ao facto do sector não petrolífero apresentar resultados animadores”, afirmou o secretário de Estado.
Segundo Milton Reis, “estes indicadores nos permitem concluir que a implementação de programas ao nível do Agroprodesi está a resultar no aumento significativo da produção nacional, permitindo que os produtores, além de abastecerem o mercado interno, também possam ter receitas com venda no mercado externo”.