O juiz que lidera a investigação emitiu um mandado de detenção para o ex-ministro das Finanças, Ali Hassan Khalil, que não compareceu ao interrogatório judicial. Mas uma queixa apresentada por Khalil e outro antigo ministro levou a nova suspensão da investigação.
A investigação à explosão no porto de Beirute, que ocorreu em agosto do ano passado, foi suspensa pela segunda vez no espaço de poucas semanas depois do juiz Tarek Bitar ter emitido um mandado de detenção para o antigo ministro das Finanças do Líbano, Ali Hassan Khalil, avança a Reuters.
O mandado de detenção foi emitido esta terça-feira porque Khalil não compareceu a um interrogatório judicial.
No entanto, não demorou para que Khalil e o antigo ministro das Obras Públicas, Ghazi Zeiter, apresentassem uma queixa contra o juiz Bitar, que lidera a investigação da explosão no porto de Beirute, e a investigação fosse novamente suspensa.
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Para além do interrogatório ao antigo ministro das Finanças libanês, o juiz tinha agendado para esta semana o interrogatório de Zeiter e também do antigo ministro do Interior, Nohad Machnouk. Com esta nova suspensão na investigação, estes dois interrogatórios judiciais não vão ser realizados.
As autoridades libanesas rejeitaram qualquer investigação internacional à explosão no porto de Beirute, mas permitiram em fevereiro deste ano uma investigação interna. No entanto, as sucessivas suspensões da investigação já geraram manifestações no país que denunciaram a pressão política sobre o processo.
A explosão em Beirute provocou pelo menos 214 mortos, mais de 6.500 feridos e destruiu bairros inteiros da capital do Líbano. A responsabilidade da explosão foi atribuída às autoridades encarregadas do armazenamento de explosivos, que admitiram falhas nos mecanismos de controlo sobre enormes quantidades de nitrato de amónio.