O jornalista Ismael Mateus disse hoje, em Luanda, que os órgãos de comunicação social tradicionais têm que trabalhar à velocidade da informação das redes sociais, sem perder de vista o foco de informar com verdade, para evitar a veiculação de notícias falsas.
O profissional de comunicação, que falava durante a jornada de reflexão alusivo aos 25 anos de existência da Associação dos Jornalistas Económicos (AJECO), a assinalar-se a 12 deste mês, referiu que o futuro do jornalismo deve acompanhar o que se publica na internet, por ser um fenómeno que mudou o paradigma da informação a nível mundial.
Ismael Mateus, que apresentou o tema “O passado, presente e futuro do jornalismo angolano”, indicou que o trabalho do jornalista perdeu limitações, com a explosão da internet, “porque uma mesma matéria pode ser publicada por profissional de rádio e ao mesmo tempo ser retomada pelas redes sociais, perdendo o jornalista o direito sobre a mesma e até de ser remunerado sobre a publicação deste artigo em outros meios”.
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Para si, apesar da velocidade que se impõe aos técnicos, há itens que nunca podem mudar no exercício da profissão, particularmente no jornalismo económico, como a necessidade de manter a sociedade informada, ajudar a comunidade a perceber os factos económicos, vigiar e fiscalizar o poder público, acompanhar os grandes fenómenos, factos e empresas do país e o combate a corrupção.
Quanto à resolução de alguns problemas da classe, disse não justificar a existência de um Ministério da Comunicação Social, porquanto ao ser criada a ERCA devia se ter dado poderes suficientes para exercer o papel de regulação, ao que se acresce os também poderes de auto-regulação da Comissão de Carteira e Ética (CCE).
Entende que a classe, ou os angolanos no geral, tem que deixar de se queixar das instituições, o que deve ser feito é garantir que a Comissão da Carteira e Ética funcione em pleno para acabar com irregularidades que ainda persistem do ponto de vista ético, como trabalhos incompatíveis com a profissão jornalística.