O presidente da FNLA, Lucas Ngonda, considerou a eleição, na última terça-feira, do ex-secretário-geral Pedro Dala como “líder do partido”, num congresso realizado à revelia da direcção, “mais um espectáculo”, entre vários que ocorrem na formação política fundada por Holden Roberto
Falando a Televisão Pública de Angola, para a abordagem de questões internas e do país, o deputado lembrou que Pedro Dala foi suspenso e depois afastado do cargo, na sequência de tentativa de destituição do presidente da FNLA.
Ngonda contou ainda que a tentativa de destituição à sua pessoa começou a ser sentida depois de ter manifestado a pretensão de deixar a liderança do partido.
Com a chegada ao país de Carlito Roberto, filho de Holden Roberto, vindo de França, e sabendo que Ngonda iria sair, Dala pensou que o presidente entregaria de bandeja a liderança do partido àquele. O então secretário-geral começou, então, a encetar as tentativas para a destituição do líder, acusou o deputado.
MAIS: Lucas Ngonda pondera voltar a aser o cabeça de lista da FNLA para as eleições gerais de 2022
Ao tomar conhecimento da intentona, Lucas Ngonda decidiu suspender o secretário-geral, ao que se seguiu a sua destituição, pelo Comité Central. Portanto, “não há legitimidade neste congresso”, declarou Ngonda, ao referir-se ao conclave que “elegeu” Pedro Dala como presidente da FNLA.
Sem sustentar, acusou o Tribunal Constitucional (TC) de ter uma quota parte no que está a acontecer à FNLA. Segundo o político, o TC faz parte de interesses externos que buscam a desestabilização permanente do partido que dirige.
O líder da FNLA admitiu que o partido tem problemas internos ou fragilidades que são aproveitadas por forças externas, sem no entanto as citar. Admitiu, também, que o partido, com os problemas que vai enfrentando, é, sem dúvidas, “o elo mais fraco da oposição”.
O presidente da FNLA fez um balanço positivo do último ano parlamentar, afirmando que houve mudanças, para melhor, no discurso político dos deputados. Considerou, entretanto, que “o Parlamento poderia ir mais longe na fiscalização ao Executivo”.