Em Angola, das 340 mil pessoas que vivem com o vírus da Sida, apenas 93 mil recebem o tratamento com anti-retrovirais, revelou, ontem, em Luanda, o presidente da Rede Angolana de Organizações de Serviços de Sida (Anaso).
António Coelho referiu que das 340 mil pessoas vivendo com VIH, pelo menos 310 mil conhecem o seu estado serológico e só 27 por cento da população faz cobertura total de tratamento. O responsável da Anaso informou que o número de infecções e mortes relacionadas com a Sida tem vindo a aumentar em cerca de 2%, numa altura em que o país tem pessoas com mais de 50 anos a viver com VIH, entre as quais 210 mil são mulheres e 90 mil homens.
António Coelho referiu que do total do número acima avançado, 88.200 são adultos, 44.256 jovens e 39 mil crianças a receber o tratamento com anti-retrovirais. O presidente da Anaso falava durante o acto de lançamento das actividades referentes ao 1 de Dezembro, Dia Mundial da Sida, presidido pelo secretário de Estado para a Saúde Públíca, Franco Mufinda.
Na sua intervenção, o secretário de Estado para a Saúde Pública assegurou que um total 1.046.908 pessoas realizou o teste do VIH/Sida, durante o primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento da adesão, comparativamente a igual período de 2020, em que as estatísticas apontavam para 920.620 testados.
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Franco Mufinda avançou que dos testados, apenas 18.002 pessoas começaram a receber o tratamento, no período em análise, quando no ano anterior eram 16.171 infectados.Sobre os 18.002 que se encontram a receber tratamento, Franco Mufinda referiu que 94,4 por cento são adultos e 5,6% crianças.
Por isso, o secretário de Estado salientou que os principais desafios, para os próximos anos, no que toca ao combate ao VIH-Sida, passam pela sustentabilidade, incluindo a aquisição de testes diagnósticos para VIH, hepatites virais, anti-retrovirais, consolidação das normas de tratamento e a melhoria da qualidade de assistência às pessoas vivendo com VIH/Sida.
Franco Mufinda destacou que a campanha “Nascer Livre para Brilhar”, liderada pela Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, deu outro impulso ao programa de controlo da doença, por facilitar o acesso à carga viral e ao diagnóstico precoce em todas as províncias, aumentar a aquisição de testes, anti-retrovirais e, também, diminuir as roturas.