As manifestações mantêm-se nas ruas do Sudão em protesto contra o golpe de Estado militar e a prisão de dirigentes civis, nomeadamente do primeiro-ministro Abdallah Hamdonk, retido em casa.
Entretanto, o diretor do serviço de aviação civil anunciou que o aeroporto de Cartum deverá reabrir a meio do dia de hoje.
Internacionalmente, vários países criticaram o golpe de Estado militar sobretudo depois do general Abdel Fattah al-Burhane ter anunciado a dissolução de todas as instituições do Sudão e a prisão dos líderes civis.
O movimento dos militares põe fim à frágil transição democrática no país iniciada em 2019.
Na sequência do golpe de Estado, segunda-feira, Washington suspendeu parte da ajuda financeira ao país, um dos Estados mais pobres do mundo, e a União Europeia admite adotar a mesma medida.
Para a diplomacia de Moscovo os acontecimentos no Sudão “são resultado lógico de uma política fracassada”.
Espera-se ainda uma reação do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o Fundo Monetário Internacional, instituição que gere a ajuda financeira ao país, disse que é “prematuro” fazer qualquer comentário.
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Hoje quatro manifestantes morreram na sequência de disparos da polícia, em Cartum.
As forças de segurança desmantelaram algumas barricadas e, segundo os repórteres da France Presse, estão a prender manifestantes que se opõem ao golpe de Estado.
Em 2018 e 2019 as manifestações de protesto – que fizeram mais de 250 mortos – levaram ao afastamento, pelos militares, do ditador Omar el Bechil.
De acordo com a AFP na capital sudanesa os militares ocupam posições com veículos blindados nos arredores da cidade.
Grupos políticos apelaram à “desobediência civil” e os sindicatos decretaram uma greve geral.
A maior parte dos estabelecimentos comerciais estão fechados e verificam-se cortes constantes nas telecomunicações, o que impede os manifestantes de estabelecerem ligações com o exterior do país.
De acordo com a France Presse, vários dirigentes políticos foram presos e o campus da Universidade de Cartum encontra-se ocupado pelas forças militares.
Na terça-feira, para denunciarem a violência e o golpe de Estado, os embaixadores sudaneses em Paris, Bruxelas e Genebra rejeitaram diretamente as ações dos militares e proclamaram as embaixadas como sendo “as embaixadas do “povo”