Foi ontem lançado o relatório sobre pesquisa de políticas públicas inclusivas de género, relatório esse que dá conta do difícil acesso das mulheres à justiça, educação, saúde e protecção social.
O relatório foi lançado pelo Instituto para a Cidadania (Mosaiko), em parceria com a Fundação Fé e Cooperação (FEC), em um financiamento da União Europeia, e que revelou que 53% das mulheres em conflito escolhem o silêncio, por se sentirem desprotegidas pelas estruturas competentes.
Em um evento com a presença da Rádio Nova, durante a Conferência Internacional sobre o Género e Políticas Públicas, tem como objectivo apoiar as organizações da sociedade civil em Angola na criação e implementação de políticas de desenvolvimento inclusivas e práticas de boa governação, bem como estudar e conhecer melhor a realidade social e a desigualdade de género nos municípios.
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Segundo Daniela Vieitas, membro do Mosaiko, informou que um estudo focado na saúde materna infantil, 11% das mulheres angolanas não fazem planeamento familiar, por encontrar imposição dos seus parceiros. Foi ainda divulgado que na Educação, meninas a partir dos 15 anos têm 50% da taxa de desistência, superior à dos rapazes, daí a necessidade de um olhar mais atento para as políticas públicas, de forma a melhor garantir a permanência delas nas escolas. A pesquisa foi realizada entre Junho de 2019 e Novembro de 2020, em 15 municípios das províncias de Luanda, Huambo, Uíge, Huíla e Benguela.
Elsa Barber, Secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher, reconheceu ser baixa a capacidade das mulheres em aceder ao crédito financeiro, factor que impede a sua adequada e plena inserção na estrutura socioeconómica do país. A governante afirmou também que Angola alcançou conquistas a favor da elevação do estatuto da mulher em diferentes esferas, nomeadamente no Governo (39%), Parlamento (30,5%) diplomacia (40%) cargos de secretárias de Estado (12%), bem como em outros sectores.