Estes dados apontam os possíveis desafios do magnata republicano enquanto prepara a sua terceira candidatura à Casa Branca, que pode ter vários candidatos do Partido Republicano a competir também pelo dinheiro dos doadores do partido.
Nos seus comités políticos, incluindo a sua principal conta, Trump angariou 9,5 milhões de dólares (cerca de 8,65 milhões de euros) desde o lançamento da sua candidatura em 15 de novembro, quantia distante das somas gigantescas de dinheiro que a sua campanha se gabava de arrecadar em dias, ou mesmo horas, quando este era ainda Presidente.
Embora Trump esteja a enfrentar dúvidas sobre se terá dificuldades para angariar dinheiro, especialmente porque alguns republicanos discutem abertamente se é hora do partido seguir em frente, a sua campanha defendeu os números.
“A campanha construiu uma operação incomparável quer a nível nacional, quer nos primeiros estados desde o anúncio. O Presidente fará uma campanha agressiva e totalmente financiada para recuperar o nosso país de Joe Biden e dos democratas que procuram destruir o nosso país”, sublinhou o porta-voz de Trump, Steven Cheung, em comunicado.
Parte da razão pela qual Trump tem menos dinheiro do que anteriormente é que um dos seus comités, um PAC [comité de ação política] chamado Save America, transferiu 60 milhões de dólares (cerca de 54,6 milhões de euros) para um super PAC separado, que apoia a sua candidatura.
Alguns vigilantes do financiamento de campanha questionaram a legalidade desta medida, argumentando que a transferência ultrapassa os limites impostos a estes comités, que foram criados para arrecadar dinheiro para outros candidatos – não para financiar as próprias ambições políticas de um candidato.
Os Super PAC podem arrecadar somas ilimitadas, mas não podem coordenar formalmente os gastos com a campanha de Trump.
Este comité, chamado MAGA Inc., começou 2023 com mais de 54 milhões de dólares (cerca de 49 milhões de euros) para gastar, segundo os relatórios apresentados na terça-feira à noite à Comissão Eleitoral Federal.
A campanha de Trump teve um início lento, com o ex-Presidente a fazer a sua primeira aparição no fim de semana.
Nos comícios em New Hampshire e na Carolina do Sul, o republicano garantiu que está mais comprometido do que nunca e prometeu realizar grandes comícios em breve.
Recentemente, Trump abriu uma sede em Palm Beach, na Florida, e está a contratar funcionários.
Em breve, a campanha de Trump pode recuperar uma importante fonte de rendimento, quando a sua conta na rede social Facebook for restaurada, permitindo que comunique diretamente com 34 milhões de seguidores, uma audiência sete vezes maior do que ele tem na sua própria plataforma, a Truth Social.
A Meta, empresa-mãe do Facebook, anunciou que restaurará a conta de Trump nas próximas semanas, após uma suspensão de dois anos imposta após a invasão do Capitólio por manifestantes incentivados pelo ex-Presidente em 6 de janeiro.
Pelo menos um candidato republicano está a preparar-se para entrar na corrida à Casa Branca em breve: a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, que foi embaixadora de Trump nas Nações Unidas, que deve anunciar a sua candidatura em 15 de fevereiro.