O Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, sublinhou que o Protocolo de Transferência da Concessão dos Serviços Ferroviários e da Logística de Suporte do Corredor do Lobito que liga Angola ao seu país vai contribuir para consolidar a paz e a estabilidade entre os três Estados e, acima de tudo, conferir maior fluidez na circulação.
Além de propiciar a coabitação pacífica dos respectivos povos, Félix Tshisekedi disse que o Acordo vem também confortar a escolha colectiva tripartida de convergir para a integração dos respectivos povos e economias, para materialização de projectos sustentáveis e solidários.
O Chefe de Estado congolês felicitou o Governo angolano por não ter poupado esforços durante estas duas décadas e trabalhar na reabilitação do Corredor do Lobito, que vai servir para evacuação de matérias-primas e outras mercadorias, bem como a recuperação de tudo aquilo que foi danificado por conta dos conflitos armados e afectou a história contemporânea dos países e da região.
Do ponto de vista económico, o instrumento assinado sob a égide da SADC vai facilitar o acesso, redução do custo de transporte e os prazos para o encaminhamento das mercadorias, que terá um impacto nos preços e na competitividade das empresas de exploração.
Para o Chefe de Estado congolês, a plena operacionalização deste caminho-de-ferro vai desbloquear alguns entraves, quer da República da Zâmbia, como da RDC, garantindo a circulação de comboios para a Indústria Mineira, Agrícola, Extractiva, entre outros.
Félix Tshisekedi acrescentou que a exploração do Corredor do Lobito e a implementação do instrumento de facilitação das trocas comerciais, no quadro deste acordo, vai contribuir para o desenvolvimento do comércio interno e transfronteiriço entre os países.
“África deve escolher progredir rumo ao desenvolvimento ou ficar como um agregado simples e continuar a degradar-se ainda mais”, frisou.
O grande projecto do Corredor do Lobito, salientou, inscreve-se no quadro de uma parceria dupla, política e económica, que implicam os três Estados.
Félix Tshisekedi apelou a todos os operadores do Corredor a trabalharem no sentido de assegurar uma gestão racional e responsável das infra-estruturas, a fim de garantir a viabilidade e a perenidade para o interesse das populações.
No final do dia, os Presidentes João Lourenço e Félix Tshisekedi visitaram as instalações das fábricas Lemanja, Alva Fishing e Vimar e Filhos, na Baía Farta, em Benguela. Uma das empresas pesqueiras é propriedade do em- presário Adérito Areias, que manifestou a pretensão de exportar os seus produtos para a República Democrática do Congo.