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João Lourenço considera preocupante tensão na fronteira entre RDC e Rwanda

O Chefe de Estado, João Lourenço, considerou, quarta-feira(2), preocupantes os últimos acontecimentos na fronteira entre a RDC e o Rwanda, e insistiu que o diálogo é a única via para as partes ultrapassarem o actual clima de tensão.

Ao intervir na Reunião da Mesa da Assembleia da União Africana (UA), realizada por videoconferência, o Presidente angolano afirmou que a tensão preocupa os países vizinhos e o continente.

 Para manter aberta a porta do diálogo, o Presidente João Lourenço informou que fez deslocar a Kinshasa (RDC) e Kigali (Rwanda) o ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António.

 Adiantou que o ministro Téte António esteve com os dois Chefes de Estado. “A situação é de facto bastante tensa”, sublinhou o Estadista angolano, que aconselha o diálogo para baixar a tensão.

 “As partes devem dialogar”, insistiu o Presidente João Lourenço que reconheceu, entretanto, não haver, neste momento, ambiente para a RDC e o Rwanda dialogarem ao nível de Chefes de Estado.

 O Presidente João Lourenço, que é o actual Presidente em Exercício da Conferência Internacional sobre a Paz nos Grandes Lagos, sublinhou que “acordamos com a RDC e o Rwanda que no próximo sábado os Serviços de Inteligência dos dois países e o de Angola reúnam em Luanda.

 “A intenção é que as partes aferem, do ponto de vista técnico, o que está realmente a acontecer no terreno. Vamos, igualmente, reunir, em Luanda, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países, também no próximo sábado”, revelou o Estadista angolano.

 Na ocasião, o Chefe de Estado manifestou-se satisfeito pelo facto de o Kénia “dar mais um passo para a solução deste conflito, que coloca em lados opostos dois países irmãos”.

 João Lourenço apelou à conjugação de esforços para pôr cobro à crescente tensão que se verifica nas últimas semanas entre os dois países.

 Na sua intervenção, o Chefe de Estado angolano disse ter conhecimento que o embaixador do Rwanda na RDC foi expulso pelas autoridades de Kinshasa.

 Após lamentar a situação, informou que a RDC está “muito sentida” com o que está a acontecer no seu próprio território, tendo exortado à máxima contenção nas medidas a tomar pelos dois países.

 “A porta do diálogo deve estar sempre aberta a todos os níveis (serviços de inteligência, militares, diplomacia e dos próprios Chefes de Estado”, frisou.

 Angola preside à Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), bloco geográfico ao qual pertence o Congo Democrático.

 Nessa condição, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, mandatado pela União Africana para mediar o conflito, tem multiplicado as iniciativas para alcançar a paz.

 A subida da tensão entre os vizinhos RDC e o Rwanda, países dos Grandes Lagos, levou o Presidente da República Democrática do Congo a Angola no início do mês de Junho passado.

 A tensão entre a RDC e o Rwanda aumentou nos últimos meses, após o reinício, em Março último, dos combates entre o exército da RDC e o movimento M23, que segundo as autoridades de Kinshasa é apoiado pelo país vizinho.

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