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João Lourenço contra deslocação forçada e a favor de corredor humanitário em Gaza

O Presidente João Lourenço reafirmou, terça-feira, no Cairo, Egipto, o apoio da União Africana à causa do povo palestiniano relativamente ao seu direito à autodeterminação, através de uma solução política baseada na coexistência de dois Estados, como premissa para a paz, a estabilidade e a segurança para os povos e países da região.

Ao discursar na Cimeira Extraordinária da Liga dos Estados Árabes, na qualidade de Presidente da União Africana, João Lourenço enfatizou a importância de reconhecer a Autoridade Palestiniana e respeitar o seu direito inalienável de coexistir nas fronteiras reconhecidas internacionalmente.
Repúdio à deslocalização
Diante de Chefes de Estado e de Governo de mais de 20 nações, o líder da União Africana manifestou-se contra todas as tentativas de deslocalização do povo palestino dos seus territórios, assim como a contínua política de expansão dos colonados, a ocupação e a anexação ilegal de território pertencente à Palestina.
O Estadista angolano considerou a Cimeira de extremamente oportuna e necessária, com o objectivo de contribuir para o reforço de uma posição comum em relação à causa do povo palestiniano, em particular sobre os actuais desafios de reconstrução e regresso das populações, após mais de 15 meses de guerra que viu destruir a quase totalidade das infra-estruturas em Gaza e originou quase 2,5 milhões de deslocados e refugiados.
João Lourenço lembrou que desde o 7 de Outubro de 2023, após os ataques perpetrados pelo Hamas, repudiado e condenado com veemência a seu devido tempo, assistiu-se na região à escalada de um conflito sem precedentes, face à resposta militar desproporcional de Israel contra o povo palestino, assumindo contornos graves pelos níveis de destruição, de perdas de vidas humanas inocentes e a catástrofe humanitária sem precedentes na Faixa de Gaza, que assumiu contornos de genocídio.Por outro lado, referiu que se assistiu, igualmente, ao perigo do alastramento deste conflito a toda a região do Médio Oriente, cujas implicações seriam profundamente nefastas para a paz e a estabilidade regional e, quiçá, para a humanidade.
João Lourenço sublinhou, ainda, que este conflito é, sem sombra de dúvidas, na actualidade, aquele que maior atenção tem suscitado nas relações internacionais e, em particular, pelas Nações Unidas.
Por esta razão, saudou vivamente a implementação do Acordo Faseado de cessar-fogo, recentemente alcançado entre Israel e o Hamas, sobre a Faixa de Gaza, resultante do diálogo e da persistência da diplomacia dos países envolvidos, em particular da República Árabe do Egipto e do Reino do Catar, em estreita colaboração com os Estados Unidos da América.
De igual modo, exaltou o processo de libertação dos reféns israelitas em curso, augurando que este continue até à libertação incondicional da totalidade dos cidadãos palestinos mantidos em cativeiro e que esta acção reflicta o início da construção definitiva da paz, através da instauração de um cessar-fogo permanente, facilitando o incremento da ajuda humanitária aos habitantes de Gaza, bem como o início da reconstrução dos seus territórios.
Apelo à abertura de corredores humanitários
Neste contexto, o Presidente da União Africana exortou as autoridades de Israel que permitam a abertura de corredores humanitários, bem como o regresso dos mais de dois milhões de cidadãos palestinianos internamente deslocados e refugiados nos países vizinhos.
Tendo a Liga Árabe um papel crucial na prossecução de iniciativas que visam o alcance de soluções pacíficas e duradouras para os dois países e a região, o Presidente João Lourenço reiterou, em nome da União Africana, o compromisso de juntos trabalharem em prol do alcance de uma paz duradoura e sustentável no conflito que opõe Israel ao Hamas.
Engajamento da Liga Árabe
João Lourenço felicitou e encorajou o contínuo engajamento da Liga Árabe na busca das melhores soluções para este conflito, além de manifestar apoio a todos os esforços de mediação em curso para consolidar os resultados até aqui alcançados e que se constituem em sinais encorajadores, visando a adopção de um cessar-fogo permanente, a conclusão da troca de reféns e prisioneiros, o aumento da assistência humanitária, o tão almejado regresso da população palestina a Gaza, o início da sua reconstrução e a constituição de facto do Estado livre, independente e soberano da Palestina.

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