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Polícia Nacional está preocupada com o aumento da criminalidade em Luanda

O comando da Polícia Nacional (PN) de Luanda está preocupado com o aumento de crimes registados nos nove municípios, alguns com o envolvimento de efectivos das empresas privadas de segurança, informou, ontem, o segundo comandante provincial da corporação.

Mateus André, que falava durante um encontro com os representantes das empresas privadas de segurança, decorrido no Comando Provincial de Luanda, apontou a falta de formação especializada dos guardas e a inexistência de acções de controlo e supervisão nos distintos postos de trabalho como as principais causas para o aumento dos crimes.

O comissário disse que, nos últimos seis meses, a Polícia Nacional registou um total de 72 crimes diversos, envolvendo efectivos das empresas de segurança privada e o furto ou extravio de 42 armas de fogo, já recuperadas. “A situação é preocupante, porque as armas em questão têm sido utilizadas pelos marginais para o cometimento de vários crimes”, lamentou.

As empresas de segurança privada, continuou, como parceiros estratégicos da Polícia Nacional, devem trabalhar em estreita colaboração com as forças da ordem, para erradicar casos do género. Alguns efectivos das empresas de segurança privada, destacou, actuam directamente no cometimento destes crimes ao facilitarem a obtenção de armas de fogo aos marginais.

Durante o encontro, com a presença de representantes de mais de 200 empresas de segurança privada, o comissário Mateus André referiu que, apesar dos crimes registados, a situação da criminalidade em Luanda está sob o controlo da Polícia Nacional.

 Trimestralmente, avançou, a instituição tem realizado encontros formativos e informativos com as empresas privadas de segurança, com o objectivo de avaliar o seu grau de funcionamento.

Capacitação

O representante das empresas privadas de segurança a nível nacional, Sebastião Dala, disse que a organização vai trabalhar, cada vez mais, na formação e capacitação dos efectivos a actuarem no ramo privado, no sentido de reverter o actual quadro e continuar com a missão de proteger os clientes e os seus bens.

A nível interno, referiu, está em curso a discussão sobre a questão da melhoria das condições de trabalho e de salário dos trabalhadores de segurança privada, para chegar ao nível do actual ordenado mínimo nacional. “Todas as empresas que se negarem a este pagamento vão ser responsabilizadas criminalmente”, assegurou.

Substituição gradual das armas de fogo

O chefe de Departamento de Segurança Pública e Operações do Comando Provincial de Luanda explicou que a Polícia Nacional está a realizar o processo de substituição gradual das armas de fogo das empresas privadas de segurança.

Lázaro Conceição adiantou que actualmente as empresas de segurança ainda usam armas de calibre 7.62, utilizadas em períodos de guerra, mas que estão ser substituídas para as de calibre 12, usadas para a defesa pessoal.

O superintendente chefe informou que apenas seis empresas estão licenciadas para importar as armas. “As empresas privadas de segurança devem adquirir as armas a partir destas. Todas as empresas vão actuar sob o controlo da Polícia Nacional”, garantiu.

As armas em vigor, referiu, estão a ser substituidas, por terem sido adquiridas em período de guerra e o controlo não ter sido eficiente. “Por esta razão, as armas vão ser retiradas. É ainda uma forma de a Polícia Nacional ter um melhor controlo das armas”, disse.

Doravante, esclareceu, cada arma vai possuir um livrete, para facilitar no controlo e, de acordo com as regras actuais, estas não podem ser transferidas de uma empresa para outra. “Se por acaso a empresa for extinta, as armas são revertidas a favor do Estado, que posteriormente vai fazer a penhora de forma controlada, evitando o extravio ou proliferação de armas de fogo em mãos de quem não as deve ter”, adiantou.

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