Os indicadores da actividade do Porto de Luanda, de Janeiro a Dezembro de 2022, projectam um movimentado geral de mais de 16 milhões de toneladas de bens diversos, 13 por cento acima das 14,2 milhões de toneladas de 2021.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração, Alberto António Bengue, a carga não contentorizada no Porto de Luanda cresceu 22 por cento em relação à verificada em 2021, influenciada, fundamentalmente, pela importação de produtos da cesta básica e de derivados de petróleo.
Em temos de escala, o Porto de Luanda antevê o registo final de uma atracagem não inferior a 3 778 navios, sendo 501 de longo curso e 3 277 da actividade petrolífera. Em 2021, os dados sinalizaram 548 navios de longo curso e 3 109 de apoio à actividade dos petróleos.
Quando comparados os dados das escalas de navios de 2021 e 2022, é notável o crescimento de 3,0 por cento nos navios de apoio à actividade petrolífera e um decréscimo de 9,0 por cento nos porta-contentores.
Alberto Bengue fez saber, contudo, que apesar da redução do número de navios, a mercadoria contentorizada tende a aumentar, por força do aumento da capacidade estática das embarcações, que passam assim a transpor mais carga, abrindo o Porto a chegada de novos navios.
Prioridade a formação
Considerando a formação de quadros prioritária, o PCA do Porto de Luanda disse que, em 2022, fruto do acordo assinado com o Porto de Antuérpia, na Bélgica, e dos mais bem referenciados operadores mundiais, além do acordo com a Associação de Sines, iniciativas que valeram a capacitação de um total de 52 técnicos de diversas áreas.
Esta aposta na formação está a ser acompanhada com o investimento em meios tecnológicos.
Neste momento, prossegue a construção da torre de controlo VTS, serviço de alta precisão e alcance de controlo de tráfego de navios, além do processo de concessão do serviço de reboque ao segundo operador portuário. Está também em curso a construção do terminal de cabotagem, através do qual o Porto de Luanda não só vai passar a receber “ferries”, assim como outros navios de cabotagem.
Navios atracados
Dados Janela Única Portuária dão conta que, nos meses de Novembro e Dezembro do ano findo, o número de navios atracados foi superior a 37, de longo curso e origem externa. Do número referenciado, 18 são rebocadores, três de passageiros, seis de carga geral, dois navios tanques, três porta-contentores, um graneleiro, um porta-frigorífico, um misto (carga geral/contentores), um tanque petroleiro e um de pesquisa/exploração.
O Porto de Luanda é o maior de Angola, considerando que por lá passam cerca de 80 por cento das cargas de importação e exportação de todo o mundo, principalmente da Ásia Oriental, mas também de portos da América Central, do Sul e do Norte, além da Europa. A localização geoestratégica do porto permite que as cargas cheguem e saiam sem maiores problemas. Têm também uma maior participação de mercado em comparação com outros portos, devido ao grande tamanho que o seu “hinterland” – área por detrás do porto oferece.
O Porto de Luanda é o ponto de encontro preferido de importadores e exportadores por ter tecnologias e equipamentos de movimentação de carga muito mais avançados do que outros portos de Angola.