Rádio Nova 102.5 FM

Rádio Online

Surto da cólera afecta três províncias com 119 casos confirmados no país

O país observa um problema de Saúde Pública , devido ao aparecimento de um surto de cólera, que em cinco dias vitimou, mortalmente, 12 pessoas, nos municípios de Cacuaco, Catete e Dande, nas províncias de Luanda, Bengo e Icolo e Bengo, alertou, ontem, a ministra Sílvia Lutucuta.

A responsável, que falava no fim de uma reunião da Comissão Multissectorial do plano de combate à doença, decorrida no Auditório do Hospital Geral de Cacuaco “Heróis de Kifangondo”, avançou que o boletim epidemiológico dá nota de um total de 119 casos positivos, 14 dos quais comprovados laboratorialmente, mas dos 12 óbitos apenas um ocorreu no hospital.
 “Temos cólera em Angola. É uma doença mortal e de fácil contágio, por isso temos todos a necessidade de nos envolver, para darmos fim a esta epidemia no mais curto espaço de tempo possível”, afirmou.
A ministra assegurou que o Plano de Contingência está a ser muito bem acompanhado e o maior objectivo é acabar com o surto para a garantia da Saúde Pública.
“A cólera é uma doença mortal e rapidamente infecciosa, por isso chamamos a atenção da população para observar com seriedade as medidas de prevenção, consubstanciadas em lavar as mãos com frequência e confeccionar bem os alimentos”, recomendou.
Durante a reunião, de acordo com Sílvia Lutucuta , o Ministério da Administração do Território deu garantias de manter contactos com os governos provinciais para a observância das medidas preventivas e com prioridades nas despesas correntes das verbas disponíveis.
A ministra justificou que neste momento o Plano de Combate à Cólera constitui prioridade do Estado para a garantia da Saúde Pública das populações.
Em relação à vacina para prevenir a propagação da doença, sobretudo nas províncias de Luanda, Bengo e Icolo e Bengo, referiu que os contactos junto da Organização Mundial da Saúde (OMS), países produtores e outros parceiros já foram mantidos.
Reagentes para água
Sobre as dificuldades de reagentes para o tratamento da água consumida pela população por parte do Ministério da Energia e Águas e a falta de água em algumas escolas, pelo facto de as instituições enfrentarem escassez de fundos desde Junho de 2024, Sílvia Lutucuta frisou que a presença do sector das Finanças na Comissão visa, essencialmente, prover tais despesas.
“Em casos do género, o Ministério das Finanças sempre trabalhou bem connosco e, além disso, todos os sectores envolvidos devem neste momento cabimentar as suas despesas no Plano de Combate à Cólera, para o fim da epidemia. A ministra, juntamente com a delegação envolvida no Plano de Contingência efectuou visitas às salas de tratamento e internamento de pacientes com cólera no Hospital Geral de Cacuaco “ Heróis de Kifangondo” e na unidade sanitária da vila de Cacuaco, onde recebeu explicações sobre a assistência aos doentes e o seu quadro clínico.
A Comissão Multissectorial é integrada pelos ministérios da Administração do Território, Educação, Finanças, Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Turismo, Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, assim como representantes dos órgãos de Defesa e Segurança e Organizações Não- Governamentais (ONG).
 OMS elogia acções do Governo angolano
A Organização Mundial da Saúde ( OMS ) elogiou, ontem, as acções do Governo angolano na coordenação eficaz da equipa multissectorial,  para detectar e responder ao surto em tempo oportuno, incluindo a rápida partilha de informações com todas as autoridades relevantes, em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005).
De acordo com informação publicada na sua página, a organização participou da reunião de alto nível convocada pela ministra da Saúde no Hospital Geral de Cacuaco para abordar o surto de cólera em Angola.
O Ministério da Saúde apresentou um plano de resposta detalhado para enfrentar o surto, delineando estratégias de contenção e mitigação, lê-se na publicação, que acrescenta que a OMS expressou preocupações com a alta taxa de letalidade, enfatizando a necessidade de acções imediatas e reforçadas tanto a nível comunitário quanto hospitalar para reduzir as taxas de mortalidade.
 Os esforços de preparação nas províncias ainda não afectadas pelo surto foram elogiados, enquanto o desafio global de escassez de vacinas foi destacado, observando que muitos países enfrentam surtos de cólera e que há doses limitadas de vacinas disponíveis no stock global gerido pelo Grupo de Coordenação Internacional (ICG).
A OMS, conforme se pode ler na mesma publicação, continua empenhada em advogar pela alocação de vacinas para Angola , enfatizando a importância de trabalhar com líderes tradicionais para encorajar o uso de soluções de reidratação oral nas comunidades, especialmente para pacientes que se deslocam às unidades de saúde.
A organização garante o compromisso, juntamente com as Nações Unidas e outros parceiros, em apoiar o Governo para garantir que o surto de cólera seja contido no menor tempo possível.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *