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Angola perde com Guiné e regista pior classificação de sempre no Afrobasket

A Selecção Nacional de Basquetebol Feminina perdeu, por 69-71, com a Guiné, terça-feira, e foi eliminada do Afrobasket, em Kigali, no Rwanda, naquela que é a pior classificação de sempre no torneio, superando o oitavo lugar da edição passada.

O sabor da derrota para quem não está habituado a perder é amargo, mas mais amargo é, se tivermos em consideração que, como noticiado pelo Jornal de Angola (JA), a selecção foi chamada a participar nesta edição do Afrobasket, através de um convite da FIBA-Africa (wildcard), uma vez que existem zonas do continente que não realizaram as respectivas provas qualificativas. Angola tinha falhado o apuramento directo para o torneio, quando perdeu diante de Moçambique, por 82-90, em Bulawayo (Zimbabwe), na finalíssima da Zona VI, disputada em Fevereiro.

Entretanto, o treinador à data, Jaime Covilhã, não foi reconduzido e para a surpresa de muitos, também como reportado pelo JA, José Freixa assumiu o comando técnico de Angola e apanhou muitos, para não dizer todos de surpresa, pois esperariam ver uma escolha nacional, como o caso de Elisa Pires, que tinha guiado o Interclube a arrecadar todos os troféus da temporada 2022-23, além de ter sido a ex-adjunta de Julián Martínez e seleccionadora nacional em Sub-17 e 18.

Ainda assim, a líder da turma policial acabou por integrar a delegação do espanhol, tendo trabalhado consigo em todo o processo de preparação para o Campeonato Africano das Nações em Benguela.

Irregularidade foi a constante na prova:

Se tivéssemos de definir a participação da Selecção Nacional, em Kigali, a irregularidade seria a palavra que melhor ajudaria a descrever o conjunto de exibições protagonizadas porque foi a constante ao longo da competição.

O núcleo foi composto por: 5 jogadoras do Interclube, 6 do 1.º de Agosto e uma do ASVEL (França).

12 eleitas: Nadir Manuel – Interclube, Jéssica Malagi – Interclube, Edvânia Pascoal – Interclube, Cácia António – Interclube, Joana António – Interclube. Cristina Matiquite – 1.º de Agosto, Artémis Afonso – 1.º de Agosto, Isabel Fernando – 1.º de Agosto, Arminda Joaquim – 1.º de Agosto, Isabel João – 1.º de Agosto,  Nelma Cunha – 1.º de Agosto, Sara Caetano – ASVEL.

No primeiro jogo do grupo A, as bicampeãs africanas (2011 e 2013) defrontaram a Côte d’Ivoire, e entraram a perder, no primeiro quarto, por 21-13, não tendo feito melhor no segundo período.

Foram para os balneários com uma desvantagem de 42-37. No terceiro período, o filme complicou-se, ainda mais, as ivoirenses lideraram por 11 pontos, por 61-50. Mas no último quarto, as angolanas acordaram e batalharam para correr atrás do prejuízo, contudo já não foram a tempo e perderam, por 69-72.

Djefarima Diawara com 21 pontos e Sara Caetano com 18 foram as melhores marcadoras de ambos conjuntos.

No segundo encontro, era necessária uma resposta diante da equipa da casa, o Rwanda, todavia um mau começo, novamente, nos dois primeiros períodos, com parciais 8-16 e 22-38, criava um clima de incerteza e obrigava a um maior empenho dentro da quadra por parte das visitantes.

A perder por 16, fez um trabalho excelente para recuperar a diferença pontual e tomar as rédeas da partida no terceiro quarto, por 44-42, mas na recta final nenhum dos conjuntos teve cabeça, arte ou engenho para sentenciar o duelo, conduzindo a resolução ao prolongamento, por 64-64.

No tempo extra, a Selecção Nacional puxou dos galões e demonstrou toda a sua veterania, com Nadir Manuel em destaque a contribuir com um duplo-duplo, 21 pontos e 10 ressaltos, enquanto Janai Crooms Robertson fez o seu papel do lado rwandês com 19 pontos.

A “freguesa” que se vingou “por fim”
Quem pensava que eram favas contadas entre Angola e Guiné, no embate da liguilha de acesso aos quartos-de-final, enganou-se. A festa foi da formação, que não chegava a essa fase da prova do Afrobasket desde 1994, e o rosto de desalento foi das jogadoras nacionais, que sucumbiram diante de uma selecção com a qual nunca tinham perdido. O historial era de 89-47, em 2015, e 63-49, em 2011, por isso, o favoritismo estava todo do lado das comandadas de José Freixa.

Ao contrário dos outros dois jogos, as favoritas estiveram mais concentradas e evitaram os erros característicos, como tal perdiam por dois pontos no primeiro, e três pontos no segundo, ao intervalo o resultado ditava 30-33 favorável à Guiné.

No terceiro período, a Selecção Nacional operou a reviravolta no marcador e partiu com um avanço de oito pontos para o último período.
Quando faltavam 1:18 para acabar, Angola liderava por dois. Masseny Kaba é nome que vai assombrar este núcleo de basquetebolistas nacionais. Foram dela os dois lances livres do empate, por 68-68, e foram dela os pontos da vitória, todos resultantes de faltas que ela própria cavou.

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