Angola prepara diplomas para banir a utilização de saco plástico de uso exclusivo nas grandes superfícies comerciais e noutras zonas mercantis.
A informação foi avançada, ontem, em Luanda, pela directora nacional do Ambiente, Sandra do Nascimento. Em declarações à imprensa no acto central do Dia Internacional Sem Plástico, Sandra do Nascimento disse que a previsão é concluir este ano o diploma que estabelecerá um regime jurídico para o uso dos plásticos e outro que trará uma abordagem mística sobre a importação, produção e distribuição, abrangendo, também, o consumidor final.
“Sabemos que os sacos plásticos, após utilização, são jogados nas lixeiras ou vão parar nas valas de drenagem e, depois, ao mar e se tornam prejudiciais não só para a vida humana, como também para a vida marinha”, lamentou. Segundo a directora nacional, o Ministério do Ambiente tem a pretensão de, numa primeira fase, eliminar a utilização de sacos plásticos de uso único, “mas ainda há um longo caminho a percorrer”, reconheceu.
Sandra do Nascimento anunciou, também, a realização de acções de sensibilização e reeducação, no país, para divulgar boas práticas de conservação e preservação do ambiente.
Por outro lado, está em curso um programa, criado por despacho presidencial, que dará directrizes para a busca de soluções para a substituição dos sacos de uso único. “Não vamos banir o uso do plástico como tal. Queremos, numa primeira fase, eliminar o uso dos sacos plásticos de uso único produzidos com toxinas que são prejudiciais à saúde humana e ao ambiente. A ideia é que passemos do uso do saco plástico único para os de melhor qualidade e recicláveis”, informou.
Sandra do Nascimento apelou aos cidadãos para terem mais consciência dos males que perigam o meio-ambiente e que digam não ao uso do saco plástico.
“Podemos, por exemplo, optar pelo uso de sacolas de pano, sarapieira ou até mesmo de cestos que, anteriormente, eram muito utilizados para carregar compras e outros produtos”, disse.
Acções multidisciplinares
A administradora para a Área Técnica da Agência Nacional de Resíduos (ANR) defendeu a realização de acções multidisciplinares a fim de formar o cidadão para as boas práticas ambientais.
Maria da Purificação salientou que as acções devem ser persistentes e que “enquanto país, não devemos esperar por datas comemorativas com o intuito de podermos ter uma carteira de acções”.
De acordo com Maria da Purificação, existem, a nível nacional, 176 indústrias que produzem produtos e utensílios de plásticos, que devem colaborar e apoiar o Ministério do Ambiente nas campanhas de sensibilização. Maria da Purificação solicitou aos Governos das províncias costeiras a elaboração de calendários de limpeza nessas áreas. “São essas áreas onde há um excesso de sacos plásticos”, sublinhou. Além disso, essa seria uma das soluções para a diminuição dos resíduos que vão para o mar, devido à alta incidência de resíduos de plástico.