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Angolanos vindos da Ucrânia já em Luanda

Os trinta angolanos provenientes da Ucrânia já estão em Luanda desde as primeiras horas de hoje. Eram precisamente zero horas e 20 minutos, quando o Boeing 777 aterrou no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, com os passageiros especiais, onde aguadava uma forte delegação do governo, acompanhada de equipas para prestar a devida recepção.

O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, os ministros das Relações Exteriores, Téte António, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, e a governadora de Luanda, Ana de Carvalho, deram as boas- vindas aos concidadãos regressados ao país em consequência do conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia.

Na pista do aeroporto, a mobilização era total. Jornalistas, funcionários aeroportuários e governantes estavam expectantes em ver os angolanos provenientes da zona de guerra na Ucrânia, apesar de estarem já acolhidos, por alguns dias, em Varsóvia, capital da Polónia. Um funcionário do Ministério das Relações Exteriores que acompanhou a delegação, exibindo um cascol com as cores da badeira nacional, foi o primeiro a sair da aeronave, seguindo-se os trinta “regressados”, que passaram um a um à frente da delegação governamental chefiada pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Militar, Francisco Furtado, para a habitual saudação, em tais circunstâncias, com uma vénia, em obediência às medidas de combate à Covid-19.

 A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, desejou boas- vindas aos concidadãos, tendo garantido que as condições para os acolher no país estão criadas, desde a hospedagem, assistência médica e alimentar. “É uma grande alegria recebermos os nossos compatriotas”, disse, visivelmente emocionada e com as mãos abertas, em sinal de agradecimento a todos.

Faustina Alves lamentou o comportamento de a maioria dos angolanos que fugiram da Ucrânia preferir não regressar ao país. “O Executivo já fez a sua parte”, sublinhou a ministra.

 A delegação saiu da pista e dirigiu-se ao centro de testagem, para o despiste da Covid-19. O secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, deu explicações, a propósito, sobre as condições de alojamento e estadia.  “Testaram positivo dois cidadãos”, informou o Mufinda. “Estes vão ficar isolados numa zona previamente preparada, onde terão o devido acompanhamento, enquanto os demais vão ficar num dos hotéis em Luanda, durante sete dias. O comandante da aeronave, João Amaral, disse que a viagem correu sem sobressaltos e que só na cidade de Varsóvia- Polónia, encontram algumas dificuldades, em termos de organização por parte dos funcionários da embaixada de Angola, facto que originou o atraso do voo. Referiu que o uso de Boing 777 foi um grande desperdício para transportar apenas 30 cidadãos, uma vez que a capacidade do avião é de mais de 300 pessoas.

 Fernandes Ventura, de 24 anos, é um dos angolanos que saiu da Ucrânia, passou pela Polónia e chegou ontem ao país. Ventura viveu na cidade de Dnipro, onde era estudante de mestrado em engenharia de petróleo e gás.

Jonice Coelho, de 28 anos, é outra cidadã que veio da Polónia, fugida da guerra na Ucrânia. Viveu 11 anos naquele país, onde formou-se em medicina geral e estava a fazer a especialidade em ginecologia obstetrícia cirúrgica. “Sinto-me em casa, agora”, mas deixei tudo para trás.

Condições permitiram evacuação dos angolanos

 O  Governo angolano, através da Missão Diplomática na Polónia, criou condições de recepção de todos os cidadãos nacionais atingidos pelo conflito, acolhidos, excepcionalmente, em Varsóvia- República da Polónia, onde acorreram, até ao dia cinco deste mês, 277 cidadãos.

Em nota dirigida ontem à imprensa, o “Executivo esclarece que mobilizou um “Boeing Triple Seven”, para trazer para ao país a totalidade dos referidos cidadãos, incluindo os cônjuges nacionais e estrangeiros.

Dos 277 cidadãos acolhidos em Varsóvia, apenas 30 aceitaram embarcar para Angola, tendo os restantes decidido permanecer em solo polaco por sua conta e risco, o que exonera o Estado angolano de responsabilidades sobre estes cidadãos, excepto apoio consular possível.

No âmbito da vocação panafricanista da República de Angola, o Governo aceitou transportar, no mesmo avião, cidadãos de outros países do nosso continente.

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