Mais de 40 milhões de norte-americanos já votaram antecipadamente para as eleições intercalares nos Estados Unidos, que se realizam na terça-feira, superando a participação por esta via nas eleições de 2018.
Nos últimos anos, a maioria dos estados tem oferecido a possibilidade de voto antecipado, presencialmente ou por correspondência, prática que se generalizou durante as eleições presidenciais de 2020, organizadas em plena pandemia de covid-19.
Nesse ano, mais de 18 milhões de norte-americanos votaram antecipadamente, presencialmente, e 22 milhões de pessoas enviaram o seu voto por correio, num total de mais de 40 milhões de votos, de acordo com um estudo da organização Projeto Eleições nos Estados Unidos.
Nas eleições intercalares de 2018, 39,1 milhões de pessoas votaram antecipadamente.
Contudo, os republicanos contestaram a forma de votação por correspondência, tentando invalidar esta forma de expressão de voto em estados-chave, onde as disputas são mais renhidas.
No estado de Pensilvânia, o Supremo Tribunal estadual concordou com os republicanos e decidiu que alguns votos não poderiam ser contados, se estiverem datados incorretamente.
No Wisconsin, os republicanos conseguiram que alguns votos por correspondência sejam anulados, se o endereço do eleitor não estiver completo.
Também noutros estados, como Michigan, há centenas de processos judiciais em curso — a maioria apresentada por grupos radicais de extrema-direita, associados ao ex-Presidente Donald Trump — para desqualificar votos emitidos sem a totalidade dos requisitos.
Na semana passada, Donald Trump disse que já tinham sido detetados os primeiros sinais de fraude no voto por correspondência na Pensilvânia, mas a acusação foi de imediato desmentida pelos funcionários eleitorais daquele estado.
Em 2020, Donald Trump já tinha acusado as autoridades eleitorais de vários estados, sem apresentar provas, de terem roubado a eleição presidencial em favor do candidato democrata Joe Biden, levando milhões de norte-americanos a assumirem que concordam com essa tese.
As eleições intercalares norte-americanas, em 08 de novembro, determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.
Em disputa estarão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.
As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Donald Trump. Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.