A Federação Angolana de Futebol (FAF) e a Direcção Técnica Nacional “DTN” pretendem proibir a contratação de treinadores estrangeiros sem a Licença Pro, o que já acontece em alguns países africanos, revelou Miller Gomes.
O número 1 da DTN não avançou a data para a implementação da medida, mas garantiu que Angola está a dar os passos necessários para cumprir a orientação da Confederação Africana de Futebol (CAF).
Como um dos 37 países africanos que aderiu à convenção da entidade reitora da modalidade em África, Angola tem de seguir à risca o que se comprometeu em cumprir.
“Actualmente, a convenção que vigora no continente, não permite mais que se trabalhe com a Licença A. Há países que já estão a exigir que o treinador estrangeiro apresente a Licença Pro, sem a qual não está habilitado a trabalhar no país”, esclareceu.
O director técnico nacional explicou ao Jornal dos Desportos que a CAF, aos poucos está a decretar tolerância zero aos técnicos expatriados que pretendem ocupar cargos importantes nas federações e selecções africanas.
“A Licença Pro é o mais alto nível, porque é o topo da pirâmide das certificações. O risco final é a cereja no topo do bolo. Normalmente, a Licença Pro é para quem vai orientar uma Selecção Nacional, ou desempenhar a função de Director Técnico, e não importa se vai desempenhar estas funções fora de portas”, destacou Miller.
A FAF e a DTN preferem adoptar uma atitude de espera, antes de anunciarem que os estrangeiros sem o referido documento têm os dias contados no futebol angolano. Revelou que há países a agirem com excesso de zelo.
“Nós ainda somos tolerantes, mas há países que mesmo sem terem condições de ministrar cursos de nível B e A, já estão a exigir a Licença Pro aos treinadores estrangeiros”, afirmou.
Miller Gomes garantiu que Angola tem de esforçar-se a cumprir com os requisitos impostos, porque as actuais exigências da CAF são de carácter obrigatório.
“A nossa vez também vai chegar, mas para isto acontecer temos primeiro de avançar com os cursos de Licença A. Quando dermos este passo, mais nenhum estrangeiro sem Licença Pro poderá treinar as nossas equipas”, advertiu.
Durante o Seminário de Intercâmbio de Conhecimento da FIFA para Líderes de Formação de Treinadores bateu-se com insistência na tecla da convenção da CAF, por isso a FAF e a DTN querem falar a mesma língua.
“Nós em Angola vamos consentir que as coisas continuem assim por mais algum tempo, mas não podemos permitir que se arraste por muito tempo”, enfatizou Miller Gomes.