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Festival “We Love Kuduro” junta referências do estilo

O destaque hoje, terceiro dia da Feira Artesanal de Viana (FAV), é a realização do festival “We Love Kuduro”, com início marcado para às 19h00, com as participações de Pai Diesel, Noite e Dia, Jéssica Pitbull e o Dj Lutonda.

O melhor do kuduro vai movimentar a Rua dos Bombeiros, na vila sede, onde está a decorrer a feira, que fica patente até ao próximo domingo, inserida nas comemorações do centenário do nascimento do Fundador da Nação, António Agostinho Neto, a assinalar-se no dia 17 de Setembro.

De acordo com a organização, a intenção foi criar o guião artístico diversificado e inclusivo para dar espaço à criação local, promover o intercâmbio cultural e o auto-emprego, com base no Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP).

Por essa razão, para hoje, primeiro dia de espectáculos, foi seleccionado o kudurista Pai Diesel, do município de Viana, que se vai juntar às cantoras consagradas Noite e Dia, Jéssica Pitbull e o Dj Lutonda.

Amanhã, a partir das 19h00, a feira vai dedicar uma atenção especial ao estilo hip hop, com a participação do grupo Elenco de Luxo, Biura, Ali Babá, Eva Rap Diva, Seketxé, Vuino e Sandocan. Participam, ainda, na Feira  Artesanal os Dj Elly Chuva e Cheldy Evolunion.

O Festival de Cinema denominado “Cine Fest”, que decorre até domingo e que vai homenagear o realizador Óscar Gil, registou o seu segundo dia com a exibição de vários filmes nacionais. No primeiro dia, o destaque foi para o filme nacional de curta-metragem  “O Barbeiro”, do realizador Nguabi Silva, tendo como actor principal Sebastião Constantino. O enredo da curta-metragem procura abordar a problemática das traições nas relações conjugais e os seus traumas psicológicos.  Centenas de espectadores dirijam-se ao local, no qual estão a ser projectados ao ar livre vários filmes de produção nacional e internacional.

Primeira vez

As propostas cinematográficas em cartaz, que estão a ser exibidas durante o festival, têm criado a curiosidade de muitos munícipes locais. João Upale, de 25 anos, é morador do bairro Estalagem. Teve conhecimento da feira e do festival por meio do seu primo, que partilha a mesma casa de renda.

Os poucos espaços de lazer e diversão, disse, têm obrigado a juventude a optar por práticas e condutas que prejudicam a harmonia social nas comunidades. Apesar da distância que o separa do local do festival e da sua residência, ainda assim, preferiu “arriscar”, porque não queria deixar passar a oportunidade de assistir, pela primeira vez, um filme em tela gigante.

João Upale é da província do Huambo e em Luanda ganha a vida como roboteiro. Na companhia de mais três amigos, aproveitou para fazer um programa diferente do rotineiro. O mesmo aconteceu com a zungueira de bolachas e sambapitos Marta Francisca. Aproveitou o primeiro dia do evento para promover e comercializar o seu produto. Moradora do bairro Baia sugeriu a organização para a criação, também, de um espaço, onde as zungueiras podem expor os seus produtos.

 Arte feminina 

O incentivo do surgimento de iniciativas do género ajuda a promover as artes e os criadores nacionais, no fomento do combate ao desemprego. De acordo com a artesã Mariana Nsimba, moradora do bairro da Mabor, no município do Cazenga, a Feira de Viana está a ser uma oportunidade de mostrar o potencial artístico.

A artesã pertence a Associação dos Refugiados de Angola, que tem uma tenda montada no local onde estão a ser expostos vários produtos manufacturados. Aprendeu a profissão com a mãe e decidiu entrar para uma escola de artes e ofício para aperfeiçoar os conhecimentos técnicos e teóricos. Hoje ganha a vida com a produção de peças únicas que decidiu apresentar na feira como carteiras femininas, pulseiras, colares, bases e cestos.

Por sua vez, o artista plástico Artimista Ginga levou para FAV quadro de vários tamanhos e estilos, bem como uma escultura. Quem passa pelo seu espaço, pode encontrar quadros rústicos pintados com técnicas mistas. Um dos objectos que mais chama atenção é o crânio de veado transformado em peças de arte. O objecto, disse, foi adquirido durante uma viagem a Malange. A peça, explicou, representa o símbolo da beleza e do poder em várias culturas africanas.

Dos dez quadros, um dos quais tem o tema “Angola em Desenvolvimento”, representado pelo mapa geográfico angolano com vários braços femininos a erguerem um vaso, como símbolo do contributo prestado pelas mulheres angolanas no crescimento da economia nacional.

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