O secretário para a Informação do MPLA, Esteves Hilário, descartou, quinta-feira, haver qualquer violação aos estatutos do partido que possa inviabilizar a realização do VIII Congresso Extraordinário, agendado para os dias 16 e 17 deste mês, em Luanda.
O porta-voz do partido dos “camaradas”, que reagia às notícias sobre a providência cautelar interposta ao Tribunal Constitucional pelo militante António Venâncio, a solicitar a impugnação do Congresso, por alegadas violações graves aos estatutos do MPLA, disse não haver razão “absolutamente nenhuma” para estarem preocupados.
“Estamos serenos e a preparar o Congresso, que vai acontecer na segunda-feira, a menos que o tribunal diga outra coisa, mas também estamos preparados para qualquer decisão, que aceitaremos democraticamente”, assegurou.
Esteves Hilário disse, ainda, que o partido não vê razões para a providência cautelar, tendo reiterado que o MPLA está sereno e dedicado aos aspectos organizativos do Congresso.
“O que se alega que terá acontecido e que justifica a providência cautelar são supostas violações estatutárias aos nossos estatutos, que não aconteceram”, acrescentou, para esclarecer que o MPLA realizou, até ao momento, sete congressos extraordinários e em pelo menos cinco alterou os estatutos.
“Quer os nossos estatutos, a nossa prática e o nosso costume político nos permitem alterar os estatutos em Congresso Ordinário ou Extraordinário”, salientou, sublinhando que o MPLA vem dando mostras de que é um partido maduro e democrático, “não expulsa militantes que se contrapõem à direcção do partido e está aí a prova dada”.
“O assunto está em sede do Tribunal Constitucional e isso é um funcionamento normal de uma democracia. O camarada António Venâncio tem as suas razões que o levaram ao tribunal, e nós dissemos, apenas, que nem tudo que desejamos nos é devido por direito. Quem deve dizer o que é de direito é o tribunal. Aguardaremos aquilo que for a decisão do tribunal com a mesma calma e a mesma serenidade com que estamos a trabalhar. Sabemos de que lado está a razão”, disse Esteves Hilário.