A Selecção Nacional defronta hoje às 17h00, no Estádio Bayara, em Kumasi, a congénere do Ghana, jogo qualificativo ao Campeonato Africano das Nações (CAN’2025), a disputar-se no Marrocos.
Depois das três derrotas consecutivas na visita aos ghanenses, curiosamente de apuramento a maior competição futebolística do continente, os angolanos estão apostados em inverter o quadro e ofuscar o brilho dos Black Stars em casa.
Os três pontos, significam claramente um começo (in)esperado para os Palancas Negras, pois poucos estão à espera de ver a equipa nacional a antecipar, a prenda natalina aos seus adeptos.
Angola sabe que vai jogar condicionada pela amarga história, mas tem de superar o obstáculo que costuma tapar a intenção de pontuar no Ghana. Contudo, não precisa de olhar para aquilo que não consegue, mas controlar, ou seja, a prioridade do dia é provar que dá para regressar a Luanda com alguma coisa boa, mesmo que seja o empate.
Os angolanos regressaram sempre cabisbaixos, é verdade, mas há males que vêm para bem. O técnico Pedro Gonçalves e os atletas convocados, não precisam de ter memória de elefante para evitarem a repetição do ano passado, por coincidência numa quinta-feira, com os Palancas Negras a morrem na praia, com o amargo 1-0 a surgir no fim.
Mais do que obter consolo com uma intragável vitória moral, a Selecção Nacional tem de olhar com prioridade para o resultado. Afinal as boas exibições do passado não serviram pois com maior, ou menor dificuldade os ghanenses venceram sempre. É por isso, obrigatório a equipa nacional apegar-se a tudo o que tem para tentar pontuar, diante do verdadeiro e único favorito do Grupo F.
As oportunidades de Angola surpreender em casa do Ghana não dependem de nenhuma bola de cristal. O que aconteceu em Janeiro e Fevereiro no CAN’2023 serviu para acordar as faculdades competitivas dos Black Stars.
Por mais que não exista ainda uma equivalência entre as duas selecções, é ponto assente que por Kumasi afora há algum temor ou receio da capacidade competitiva dos Palancas Negras, face as pegadas deixadas em algumas fases finais do Campeonato Africano, à semelhança do que aconteceu em 2008, organizados pelos ghaneses.
O uniforme poder de eficácia dos angolanos nas acções defensivas e ofensivas será determinante para causar dissabores aos donos da casa. Se a selecção for capaz de conseguir repartir o comando do jogo, mesmo que seja para pouco tempo, vai ser obrigada a tirar pleno proveito das oportunidades de marcar.
O regresso do consagrado Bastos é de longe muito mais importante do que a ausência por lesão de Benson. Com o experiente central no leque de opções, Pedro Gonçalves ganhou mais variantes tácticas. Se antes caiu na tentação agora tem muitos mais motivos para lançar de início o contestado 3-5-2, que os superfinos críticos dizem não fazer parte do ADN dos atletas e da selecção angolana.
Se a composição do sector defensivo é um detalhe importante, para secar o ataque dos Black Stars, fica claro que o sector intermédio e o ataque têm de funcionar na plenitude, para que o Ghana não se sinta confiante na sua zona de conforto. Não é muito uma questão de posse de bola, pois, às vezes é enganadora, mas é importante que a Selecção Nacional gaste até a última gota do suor para amealhar os pontos possíveis.
O Ghana é macaco velho e vai tentar tirar proveito do factor casa e ir ao encontro das contas de qualificação, ou seja, não desperdiçar pontos no seu reduto.