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Risco de crédito do país vai ter melhoria contínua

A consultora Oxford Economics Africa considerou, terça-feira (25), que Angola poderá beneficiar de mais melhorias na avaliação do crédito soberano pelas agências de ‘rating’.

“Desde que os preços do petróleo permaneçam estáveis e o Governo continue com uma despesa orçamental prudente, antecipamos que Angola pode ter mais subidas no ‘rating’ nos próximos 12 a 18 meses dadas as previsões de uma subida da produção de petróleo e aumento do crescimento económico neste período”, lê-se.

No comentário dos analistas, retomado pela Lusa, a consultora mostra preocupações com a necessidade de o país controlar a despesa em ano eleitoral. A análise, enviada aos investidores, surge poucos dias depois de a Fitch Ratings ter subido a avaliação sobre a qualidade do crédito de Angola em dois níveis, de CCC para B-.

A nota refere que as receitas do petróleo subiram significativamente desde o início de 2021, “melhorando dramaticamente a posição orçamental de Angola”, lembram os analistas, vincando que apesar da queda na produção, a subida dos preços levou a que a receita subisse mais de 60 por cento no ano passado, o que faz o saldo orçamental passar de um défice de 1,7 por cento em 2020 para um excedente de 2,9 por cento no ano passado.

“Para além da recuperação nas receitas petrolíferas, as três maiores agências de ‘rating’ também ficaram impressionadas com os fortes esforços de consolidação orçamental e com a liberalização da moeda ao abrigo do programa com o FMI, que terminou no ano passado”, concluem os analistas.

A agência de notação financeira Fitch Ratings melhorou na última sexta-feira o ‘rating’ de Angola para B-, com uma perspectiva de evolução estável, antevendo uma expansão económica de 2,1 por cento para este ano, depois de crescer 0,1 em 2021.

De acordo com os cálculos destes analistas, o rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter caído para 78,5 por cento no final de 2021, o que representa, admitem, “uma melhoria significativa face à previsão de 126,9 por cento feita em Setembro de 2020 e bem abaixo dos 123,8 por cento do PIB em 2020”.

O rácio da dívida face ao PIB, um dos indicadores mais seguidos pelos investidores internacionais para aferir a capacidade de o país honrar os compromissos financeiros, deverá descer ainda mais, para 74,8 por cento do PIB em 2022 e 73 por cento do PIB no próximo ano, “em resultado do aumento nominal do PIB (que subiu 32,4 por cento em 2021, parcialmente reflectindo os preços do petróleo), uma estabilização do Kwanza, com a depreciação anterior a ser uma importante razão para o aumento da dívida nos anos anteriores.

O rating de B-, que representa uma subida de dois níveis face ao CCC anteriormente atribuído pela Fitch Ratings, significa que os analistas consideram que apesar de o crédito ser altamente especulativo, o país tem capacidade de cumprir os compromissos financeiros.

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