África registou 17.500 casos de sarampo nos primeiros três meses deste ano, quatro vezes mais do que no mesmo período de 2021, anunciou esta quinta-feira (289 a OMS, que atribui o aumento à quebra na vacinação devido à pandemia.
“Quase 17.500 casos de sarampo foram registados na região africana entre Janeiro e Março de 2022, um aumento de 400% face ao mesmo período de 2021”, quando se registaram 4.359 casos da doença no continente, anunciou o escritório africano da Organização Mundial de Saúde (OMS África), em comunicado.
No primeiro trimestre de 2022, 20 países africanos registaram surtos de sarampo, menos oito do que nos primeiros três meses de 2021, acrescenta a organização.
No comunicado, a OMS África sublinha que as desigualdades no acesso às vacinas e as perturbações provocadas pela pandemia de covid-19, nomeadamente a sobrecarga dos serviços de saúde, provocaram a suspensão dos programas de vacinação em muitos países africanos.
“A imunização de rotina, uma prática estabelecida há muito em muitos países africanos, foi severamente pressionada pelo impacto da covid-19. Na esteira desta pandemia, estamos comprometidos em ajudar os países a desenvolver abordagens inteligentes para aumentar a vacinação contra a covid-19 e para restaurar e expandir os sistemas de vacinação de rotina”, disse o director para as doenças transmissíveis e não-transmissíveis na OMS África, Benido Impouma.
Além do sarampo, a suspensão da vacinação de rotina provocou surtos de outras doenças preveníveis com vacinas, como a poliomielite ou a febre amarela, alertou a organização.
Com efeito, 24 países africanos confirmaram surtos de uma variante da pólio em 2021, mais quatro do que no ano anterior; e 13 países reportaram novos surtos de febre amarela no continente, quando em 2020 foram nove e em 2019 três.