Um golo madrugador foi suficiente para o Kabuscorp do Palanca conquistar, pela primeira vez, a Taça de Angola, na final diante do 1.º de Agosto, sabado, no Estádio 11 de Novembro. Trata-se da segunda competição mais importante do calendário futebolístico.
O arco do triunfo disparado por Wilfried foi a cereja no topo do bolo da magistral assistência de Bayala, que deixou estática a defesa militar. O experiente guarda-redes Neblu saiu para encurtar o ângulo, mas o tento foi inevitável.
A final da Taça de Angola merecia ter mais golos, não obstante as escassas ocasiões flagrantes para marcar, sobretudo durante a segunda parte. Não foi aquele típico caso da defesa superiorizar-se ao ataque, mas sim uma questão de muita transpiração e pouca inspiração dos contendores para jogarem com faro para o golo.
A bem da verdade, a maneira como o 1.º de Agosto e o Kabuscorp entraram em cena foi um verdadeiro regalo para os olhos dos adeptos, que deram vida às bancadas do 11 de Novembro.
O primeiro anel não ficou totalmente preenchido, é verdade, contudo a excelente atitude competitiva dos 22 “artistas” encheu todo o relvado com futebol ofensivo. O golpe de eficácia dos palanquinos apanhou os rubro-negros esconcentrados, realmente o golo de Wilfried foi ao encontro da melhor entrada da sua equipa.
O improviso tentou vir em auxílio de quem estava a perder, mas Mabilson fez mal em não beber da fonte inspiradora, pois se fizesse, talvez o empate chegaria ao desafio num abrir e fechar de olhos.
Até certo ponto, o 1-0 fez muito mal ao Kabuscorp do Palanca, porque o recuo não trouxe benefícios competitivos. O 1.º de Agosto teve poucas hipóteses de chegar ao 1-1, em certos períodos a ilusão tentou fazer crer que o 2-0 era uma mera questão de tempo, mas disso não passou. A equipa da rua F ficou na zona de conforto, para ver qual seria a reacção do adversário.
Sem puxar muito pela corda, os palanquinos provocaram ansiedade no conjunto do Rio Seco. Os atletas abusaram dos cruzamentos, mas facilitaram imenso quem defendia de frente para a bola.