De acordo com um novo comunicado lido na televisão nacional guinense, os ministros cessantes e os presidentes das instituições foram convocados para uma reunião segunda-feira, às 11h00 (10h00 em Luanda), em Conacri, e “qualquer recusa em comparecer será considerada como uma rebelião“.
“O toque de recolher é estabelecido a partir das 20:00 em todo o território nacional e até novo aviso”, anunciaram as forças especiais, ao garantirem à “comunidade nacional e internacional que a integridade física e moral do ex-Presidente não está comprometida“.
As forças especiais da Guiné-Conacri anunciaram hoje ter capturado o Presidente Alpha Condé e “dissolvido” as instituições depois de, durante várias horas ao longo da manhã, terem sido ouvidos tiros de armas automáticas próximo do palácio presidencial, no centro de Conacri, capital da Guiné-Conacri, e ser visível a movimentação de tropas nas ruas, segundo relatos das agências de notícias internacionais.
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O comandante das forças especiais do exército, coronel Mamady Doumbouya, anunciou, num vídeo, que os militares concordaram em “dissolver a Constituição em vigor” e o Governo, e compareceu em seguida na televisão estatal, ladeado por vários soldados, com a bandeira nacional sobre os ombros.
Informou, nessa altura, a criação do “Comité Nacional de Agrupamento e Desenvolvimento”, com o objetivo de “iniciar uma consulta nacional para abrir uma transição inclusiva e pacífica”, justificando ainda o golpe com a “falta de respeito pelos princípios democráticos, a politização excessiva da administração pública, má gestão financeira, pobreza endémica e corrupção”, que, a sua opinião, imperam no país.
A alegada tentativa de golpe de Estado foi já condenada pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que exigiu também a “imediata” e “incondicional” libertação do Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Conde, e o mesmo fez a União Africana e também a França.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também já condenou “qualquer tomada de poder pela força das armas”.
Guterres apelou ainda, numa publicação no Twitter, “à libertação imediata do Presidente Alpha Condé” e disse que está a seguir a situação na Guiné-Conacri “de muito perto”.