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Sindicato sugere adiamento da data de reinício das aulas

O secretário-geral do Sindicato dos Professores Angolanos (SINPROF) manifestou-se contra o reinício das aulas no ensino geral. previsto para o dia 3 de Janeiro, em função do aumento de casos da Covid-19 no país, agravado com a falta de condições de biossegurança nas escolas.

Falando aos jornalistas, Ademar Ginguma disse que as escolas do Ensino Geral continuam com problemas de falta de água e com turmas superlotadas. Citou o exemplo do caso da província da Lunda-Sul, onde foi verificado, numa escola, 200 alunos a estudarem numa sala muito pequena.

O sindicalista referiu que não foram criadas condições nas escolas para que estivessem adaptadas ao momento que se vive actualmente e admitiu que houve um relaxamento, porque a pandemia tinha dado uma “trégua” com a diminuição do número de casos. Considerou que os apelos lançados pelo SINPROF ao Ministério da Educação, aquando do surgimento da pandemia, em Março do ano passado, não serviram para que se fizesse muito no que diz respeito à criação de condições de biossegurança nas escolas.   De acordo com dados do Mi-nistério da Saúde, na última segunda-feira, foram registados 610 casos positivos, números que subiram, na terça-feira, para 1.945. Na quarta-feira, as cifras de casos atingiram os 3.090 novos casos positivos, perfazendo um total de 5.645 infectados pela Covid-19 em três dias.

Frisou que, diante dos números assustadores de infecção, registados nos últimos dias, o apelo do SINPROF vai no sentido de os pais criarem mínimas condições, como álcool em gel e meios artesanais para prevenção contra a doença. “Em muitas escolas, as torneiras colocadas já não existem e  as instituições debatem-se com problemas financeiros, por não receberem dinheiro do Estado”, disse Ademar Ginguma, sublinhando a necessidade de se avaliar o comportamento do vírus da Covid-19 no contexto escolar. Acrescentou que esta é uma das preocupações apresentadas junto da Comissão Multissectorial de Combate à Covid-19, no ano passado.

O secretário-geral do Simprof lembrou que o momento é delicado, pelo que os professores devem observar todas as condições de segurança nas escolas e  residências, para evitar que se transporte a doença de casa para a escola.

Ademar Ginguma  mostrou-se preocupado com o facto de muitos cidadãos não fazerem uso de máscaras.   O sindicalista acentuou que o Governo devia ponderar melhor o reinício das aulas, particularmente em  Luanda, sugerindo que deviam recomeçar pelo menos dentro de duas semanas, com vista a estudar melhor o evoluir da doença na capital.

Ademar Ginguma incentivou o Executivo a criar postos de vacinação nas Zonas de Influência Pedagógica, uma vez que não será possível criar 18 mil postos de vacinação em cada uma das escolas para atender professores e alunos. Noutro capítulo, o secretário-geral do SINPROF revelou que professores de 14 províncias, na ordem dos 50 mil agentes, receberam salários correspondentes com as novas categorias.

Frisou que os professores das províncias de Luanda, Benguela, Huíla e Huambo vão receber novos ordenados, de acordo com as novas categorias, a partir  de Janeiro. “Ou seja, 50 mil professores foram atendidos em Dezembro e igual número será contemplado no início do novo ano, como diz o Memorando de Entendimento”, explicou. Ademar Ginguma sublinhou que, a partir do dia 4 de Janeiro, o SINPROF vai começar a trabalhar para a segunda fase deste processo, que prevê a promoção de milhares de professores.

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