Uma rede de falsificadores de bilhetes de passagem do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), que actuava nas estações das províncias do Moxico e Bié, foi desmantelada recentemente, segundo uma nota do Gabinete de Comunicação e Imagem da transportadora.
A nota do CFB, de segunda-feira, dá conta que, no período de 25 de Janeiro a 21 de Abril deste ano, o serviço de inspecção da companhia, em colaboração com o Serviço de Investigação Criminal (SIC), conseguiu rastrear a acção dos criminosos e deter alguns implicados.
O documento informa que a rede actuava com o apoio de alguns trabalhadores ligados ao CFB, que partilhavam com os falsificadores informações privilegiadas sobre o número dos comboios e horários e, por sua vez, estes através de um computador e uma impressora, imprimiam bilhetes em paralelo e depois vendiam num recinto fora das estações, de forma camuflada.
Através de denúncias e diligências feitas, lê-se na nota, “foi possível deter os cidadãos em flagrante, em posse dos equipamentos utilizados para essa prática ilícita, como impressora e computador. Foram também apreendidos dinheiro, cartões multicaixas de diversos bancos, comprovativos de depósitos bancários e vários bilhetes falsos.”
Neste momento, os cidadãos implicados estão detidos, incluindo alguns trabalhadores do Caminho-de-Ferro de Benguela, que brevemente serão apresentados em acto público pelo SIC.
O informe esclarece ainda que as investigações prosseguem, no sentido de se encontrar o cabecilha do grupo e outros implicados na farsa, para que sejam responsabilizados exemplarmente. O CFB apela aos passageiros a estarem atentos e reitera que só devem ser adquiridos os bilhetes de passagem no interior das suas estações, nas bilheteiras e aos trabalhadores identificados.
Por outro lado, a empresa incentiva também o espírito de denúncia, “sempre que notarem esta prática, podendo ser feita à empresa ou às entidades policiais”.
O Conselho de Administração do CFB leva a cabo uma série de reformas, com maior pendor para o trabalho de fiscalização, tendo em conta os vários indícios de desvios, com maior incidência nas estações e ao longo da linha, uma prática que está a lesar, com gravidade, os resultados operacionais da empresa.
Aos trabalhadores, “a direcção da empresa exorta a abstenção desta prática, pois, os implicados estão sujeitos à responsabilização judicial e consequentemente à expulsão”, conclui a nota.