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Líderes africanos reúnem em Dakar para discutir a Paz e Segurança no continente

Vários líderes africanos, entre eles o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, reúnem, hoje e amanhã, em Dakar, Senegal, para discutirem aspectos relacionados com a Paz e Segurança no continente africano.

Os Chefes de Estado vão sentar à mesma mesa para debater estes assuntos, que muito preocupam o continente, durante a 8ª edição do Fórum Internacional de Dakar sobre Paz e Segurança em África, que arranca hoje até amanhã, nesta cidade, sob o lema: “A África face a choques exógenos: desafios à estabilidade e soberania”.

O estadista angolano, que vai participar no evento como convidado de honra, já se encontra nesta cidade desde as 13h00 de ontem, 14h de Angola. À chegada ao aeroporto, o Chefe de Estado, que se faz acompanhar da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, foi recebido pelo Primeiro-Ministro do Senegal e da ministra dos Negócios Estrangeiros.

Estiveram, igualmente, no aeroporto, para receber o Presidente, a delegação angolana encabeçada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, e pelo embaixador de Angola no Senegal, Adão Pinto.

Segundo o secretário do Presidente da República para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa, Luís Fernando, a presença do estadista angolano no evento marca o início da sua agenda internacional neste mandato.

Para hoje, está previsto, durante a cerimónia de abertura do Fórum, uma intervenção de cinco minutos do Presidente João Lourenço, por via da qual destacará aspectos focais do tema central do encontro.

De acordo com o programa do evento, depois deste momento, o Presidente João Lourenço vai participar no Painel de Alto Nível, com outros homólogos, onde será confrontado com três questões relacionadas com o tema central do Fórum.

A primeira pergunta, que lhe será feita, na condição de presidente em exercício da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), tem como finalidade ouvir a sua visão e perspectiva para o alcance da estabilidade no continente africano, enquanto a segunda visará ouvir do estadista angolano soluções para o reforço das soberanias africanas, perante os impactos dos choques exógenos sobre o continente.

A terceira e a última questão têm como objectivo a partilha de experiência relativamente às respostas da Região face ao combate ao terrorismo na África Austral. O Painel de Alto Nível será moderado por dois jornalistas africanos, nomeadamente, Ana Maria Borges, de Cabo Verde, e Cheick Yvann, da Côte d´Ivoire.

Vão participar, igualmente, neste momento, os Chefes de Estado de Cabo Verde, José Maria Neves, da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, actualmente presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da Co-missão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, do antigo Presidente do Níger, bem como de representantes dos Governos francês e japonês, parceiros considerados históricos e relativamente à génese do Fórum.

A 8ª edição do Fórum Internacional de Dakar sobre Paz e Segurança ocorre numa altura em que o continente africano continua confrontado com situações que colocam em causa a estabilidade de alguns países, como é o caso, por exemplo, do Burkina Faso, que voltou a experimentar, em menos de oito meses, o segundo golpe de Estado.

Desde que assumiu, de forma rotativa, em 2020, os destinos da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, o Chefe de Estado João Lourenço tem levado a cabo várias iniciativas, a nível do continente africano, que visam a estabilização da situação política e de segurança de Estados-membros da região e não só, bem como tem estado, igualmente, empenhado na aplicação de uma nova dinâmica organizacional e operativa deste mecanismo regional.

Estas acções, viradas para a pacificação do continente, levaram-no a ser distinguido, em Maio deste ano, em Malabo, Guiné Equatorial, durante a 16ª Cimeira Extraordinária da União Africana sobre o Terrorismo e Mudanças Inconstitucionais de Governo em África, realizada por sua iniciativa, com o título de “Campeão para a Reconciliação e Paz em África”.

Nesta ocasião, o estadista angolano defendeu a necessidade da rápida operacionalização da Força Africana em Estado de Alerta, mecanismo pertencente à arquitectura de paz e segurança africana, que teria, entre outras funções, a de intervir nos momentos e situações críticas, que atentassem contra a estabilidade e segurança de países, regiões e do conjunto do continente.

O Presidente João Lourenço ressaltou, a propósito, que não é possível construir a estabilidade e a segurança de uns, sem apoiar e ter em conta a segurança e a estabilidade de todos os outros.

Para o estadista angolano, os conflitos que se desenrolam no continente africano só serão dirimidos pela via do diálogo sincero, em que cada uma das partes deve aceitar a ideia de fazer concessões, tendo sempre em vista o alto valor da paz, da protecção e do bem-estar das populações e o desenvolvimento como metas a serem alcançadas.

“A República de Angola tem uma experiência de 27 anos seguidos de um conflito interno que parecia não ter fim. Depois de muitas tentativas e de contribuições  de proveniências distintas, acabou por prevalecer a fórmula assente na solução de diálogo entre irmãos angolanos desavindos, na base da qual conseguimos pôr fim definitivo à guerra que assolou o nosso país durante décadas”, realçou, na altura.

O Chefe de Estado disse ser com base nos factos bem sucedidos na história recente de Angola que tem procurado, no quadro da CIRGL e de outras organizações regionais, desempenhar um papel efectivo e impulsionador do diálogo na região dos Grandes Lagos e na África Central, mais precisamente na República Centro Africana, onde, como referiu, se podem constatar avanços significativos, embora ainda insuficientes no processo de apaziguamento interno.

“Este modelo, ajustado à realidade de cada um dos nossos países, pode ser replicado noutros pontos do nosso continente sobre os quais pairam conflitos de natureza diversa, que funcionam como rastilho para a deflagração da confrontação militar que se observa actualmente no nosso continente”, destacou o Presidente, naquela ocasião.

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