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OPEP optimista quanto à procura de petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está optimista em relação à procura e encara os níveis decrescentes do investimento como um risco para a segurança energética, afirmou o secretário-geral, Haitham Al Ghais, segunda-feira, num encontro da indústria energética em Abu Dhabi.

O secretário-geral da OPEP enfatizou a importância do investimento contínuo na indústria de petróleo e gás e considerou os apelos para travar os fluxos de capital para a indústria petrolífera como contraproducentes.

“Ainda temos uma procura de petróleo bastante resiliente este ano, tal como foi no ano passado”, disse Haitham Al Ghais, observando que a previsão do grupo é de um crescimento anual da procura de mais de 2,3 milhões de barris por dia (bpd), com o investimento no sector a manter-se importante para a segurança energética.

“Estamos a ficar com pouca capacidade ociosa, já dissemos isso repetidamente, mas isso requer um esforço concertado de todas as partes interessadas”, disse.

O apelo foi repetido pelo ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail al-Mazrouei, que disse ser necessário investimento das empresas petrolíferas nacionais e internacionais. “E, estes investimentos necessitam que o mundo financeiro esteja disposto a financiar o petróleo e gás”, acrescentou Mazrouei.

Mais tarde, o ministro declarou aos repórteres que o seu país está a caminho da expansão da capacidade de produção de petróleo para cinco milhões de bpd até 2027, dos 4,2 milhões de bpd actuais.


Bloco eleva produção

A produção de petróleo da OPEP aumentou pelo segundo mês consecutivo em Setembro, liderada por aumentos na Nigéria e no Irão, apesar dos cortes adoptados pela Arábia Saudita e outros membros da aliança mais ampla da OPEP+ para apoiar o mercado.

Em Setembro, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo produziu 27,73 milhões de barris por dia (bpd), segundo uma pesquisa da Reuters que dá conta de que isso representa um aumento de 120 mil bpd em relação a Agosto, quando a produção aumentou pela primeira vez desde Fevereiro.

O aumento em Setembro foi liderado pela Nigéria, que tem lutado contra o roubo de petróleo bruto e a insegurança na região produtora de crude. O Irão, que tem aumentado a oferta apesar das sanções dos Estados Unidos, também bombeou mais, com a produção a atingir o nível mais alto desde 2018.

A Nigéria conseguiu um aumento considerável nas exportações em Setembro, sem qualquer interrupção significativa nos envios, de acordo com dados e fontes do inquérito, aumentando a produção em 110 mil bpd. O país tem como meta uma nova recuperação no próximo ano.

O segundo maior aumento veio do Irão, concluiu a pesquisa, que elevou a produção para 3,15 milhões de bpd. Este é o valor mais elevado desde 2018, ano em que Washington voltou a impor sanções contra o Irão, de acordo com pesquisas e números da OPEP.

Analistas disseram que o aumento das exportações iranianas parece ser o resultado do sucesso do Irão em escapar às sanções dos Estados Unidos e da discrição de Washington em aplicá-las enquanto os dois países procuram melhores relações.

A produção dos 10 membros da OPEP sujeitos a acordos de corte de oferta da OPEP+ aumentou 80 mil bpd, concluiu a pesquisa. A Arábia Saudita e outros produtores do Golfo mantiveram um forte cumprimento dos cortes acordados e das reduções voluntárias adicionais.

Preços estáveis na jornada de ontem

Os preços do petróleo permaneceram estáveis no mercado internacional depois de perdas da semana passada, quando os investidores tomaram decisões baseadas numa perspectiva da restrição da oferta global e um acordo de última hora que evitou a paralisação do Governo dos Estados Unidos.

Os preços futuros do Brent (de referência para as vendas angolanas) para Dezembro subiram 17 cêntimos, ou 0,18 por cento, para 92,37 dólares o barril, depois de terem caído 90 cêntimos na sexta-feira. Os contratos futuros do Brent para Novembro fecharam sete cêntimos mais baixos, a 95,31 dólares por barril, na sexta-feira.

Os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (referência dos  Estados Unidos) subiram 26 cêntimos, ou 0,29 por cento, para 91,05 dólares o barril, depois de terem perdido 92 cêntimos na sexta-feira.

Os dois crudes de referência subiram quase 30 por cento no terceiro trimestre devido às previsões de um amplo défice na oferta de petróleo no quarto trimestre, depois de a Arábia Saudita e a Rússia terem prolongado os cortes adicionais na oferta até ao final do ano.

É improvável que a OPEP, Rússia e outros aliados, ou OPEP+, ajuste sua actual política de produção de petróleo quando o Comité Conjunto de Monitorização Ministerial reunir-se, amanhã, disseram quatro fontes da OPEP+ citadas pela Reuters.

“Os preços do petróleo começaram a semana fortes, num cenário de preocupações com a oferta, sem expectativa de mudança de política por parte da OPEP+, enquanto evitar uma paralisação do Governo dos EUA, no fim de semana, proporcionou algum alívio”, disse Hiroyuki Kikukawa, presidente da consultora vNS Trading.

“Ainda assim, se o mercado vai subir ainda mais ou não, dependerá das tendências futuras da procura”, disse o responsável.

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